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Financiamento

Partidos questionam estratégia do Governo para agricultura

Partidos questionam estratégia do Governo para agricultura

Todos os partidos, menos o PS, mostraram-se preocupados com a estratégia do Governo para a agricultura, nomeadamente com o seu peso no plano de recuperação, noticia a agência Lusa. O executivo contestou, garantindo que “fez o que lhe competia”.

PSD

Durante um debate de urgência sobre a agricultura, a deputada do PSD, Catarina Rocha Ferreira afirmou que “o mundo rural está órfão” e que a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes “hostilizou a agricultura”. Além disso, afirmou que a resposta do Governo foi “um balde de água fria” e que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é um documento “oco e uma lista de intenções sem passado ou futuro”.

PAN
 

Inês Sousa Real do PAN, por sua vez, lamentou que, muitas vezes, PS e PSD estejam unidos para rejeitar propostas de transição do setor para a sustentabilidade.

“O PAN está preocupado com as dificuldades que os agricultores estão a passar, sobretudo os pequenos agricultores […] e aqueles que não têm dimensão para aceder a fundos de apoio”, referiu.

IL
 

O deputado da Iniciativa Liberal (IL) João Cotrim de Figueiredo disse que a “agricultura não merece continuar a ser o parente pobre da nossa economia”, exemplificando com o caso do aproveitamento hidráulico onde, na sua visão, o objetivo é atrair pessoas e investimento, mas por outro, as condições tornam impossível tal situação.

BE

Ricardo Vicente do Bloco de Esquerda (BE) notou, durante a sua intervenção, que “mais de 40% das explorações agrícolas estão excluídas de qualquer benefício da PAC” (Política Agrícola Comum), lamentando que alguns agricultores “lucrem mais com os apoios públicos do que com a sua produção”.

PEV
 

Já José Luís Ferreira do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) lembrou que “7% dos beneficiários da PAC recebem 70% das ajudas, havendo um terço dos agricultores que nem sequer consegue beneficiar destas ajudas”.

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CDS-PP

A deputada do CDS-PP Cecília Meireles defendeu que o Governo “tem-se caracterizado por um certo preconceito contra a agricultura”, notando que, para o executivo, o mundo rural “representa poucos votos” e para o “pseudomoralismo urbano é um setor ultrapassado”.

CHEGA
 

André Ventura do Chega afirmou que, até ao momento, a única ajuda real dada aos agricultores foi o adiantamento das verbas da PAC, criticando ainda o Ministério da Agricultura pelos atrasos ao nível da digitalização do setor.

PCP

O deputado do partido comunista (PCP) João Dias apontou os baixos preços à produção como um dos principais problemas do setor.

PS

Por último, o deputado socialista Francisco Rocha lembrou que, em fevereiro, o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) apresentava uma taxa de execução de 76% e 100% de compromisso, enquanto o deputado João Castro, que também integra o grupo parlamentar do PS, afirmou que o PSD (partido que requereu o debate) “parece confundir a urgência da sua situação com os desafios do país”.

Resposta do governo

Em resposta, a ministra da Agricultura garantiu que o setor “não parou e que nada faltou aos portugueses”, lembrando, por exemplo, o aumento das exportações em 5%, face a 2019.

Maria do Céu Antunes assegurou que o Governo “fez o que lhe competia”. A governante destacou, entre os apoios prestados, por exemplo, o reforço dos pagamentos diretos em 85 milhões de euros, com uma “discriminação positiva para a pequena agricultura”.

No encerramento do debate, a deputada do PSD Emília Cerqueira contestou as respostas da ministra, acentuando que o mundo rural “está ao abandono” quer pelas políticas públicas, quer pelo peso político de Maria do Céu Antunes.