Mariann Fischer Boel, Comissária da Agricultura e Desenvolvimento Rural, afirmou em entrevista ao Jornal de Notícias (JN) que «um país pequeno tem problemas mais pequenos». Assim, e com a prevista retenção das ajudas em cada Estado-membro, afirmou que os países pequenos «têm menos necessidade de dinheiro». Sugeriu ainda que se o dinheiro fosse redistribuído «haveria países a recusar o aumento da modulação [até 13%]».
Na entrevista ao JN, a Comissária, afirma também que «a decisão de abolir as quotas [de leite] está tomada», o que acontecerá em 2015. E para compensar foram criadas algumas medidas de compensação, sendo que «para os pequenos produtores de leite de regiões vulneráveis existem políticas de desenvolvimento rural para os ajudar».
Questionada sobre como a PAC pode responder à falta de leite e cereais, Mariann Fischer Boel afirma que «somos os maiores exportadores e importadores de produtos agrícolas», e que «não há falta de comida na Europa». E se os preços estão a descer agora, ainda «não vemos reflexo imediato nos retalhistas, apesar dos preços da energia estarem a baixar».
E será que os preços dos alimentos vão descer para os valores em que estavam há pouco mais de ano? A Comissária responde que «estamos na época do ano em que a produção de leite diminui e normalmente os preços sobem, mas os preços praticamente não se alteraram. (…) No início do próximo ano vamos ter uma situação nova no sector do leite e os preços vão começar a estabilizar».
E, na opinião da responsável, a produção de energia a partir de produtos agrícolas não é a responsável pelo aumento dos preços dos cereais. Na realidade, «é uma desculpa muito conveniente», uma vez que «as razões foram as condições climáticas em algumas zonas do globo e a especulação. Se tivesse sido a produção de energia, por que é que os preços estariam a descer? Não faz sentido». Até porque «nós usamos menos de 1% da nossa produção de cereais para energia». E conclui afirmando que «não acredito numa situação em que milho ou trigo sejam o futuro da produção energética. Temos de promover a investigação na segunda, e até mesmo na terceira geração de biocombustíveis».
