Segundo o Diário de Notícias, o secretário-geral da Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano, Pedro Bento, afirmou que há “o risco de chegar a um limiar de menos cinco mil porcas e passar para a classificação de raça muito ameaçada”.
O porco alentejano é considerado uma raça “ameaçada” e está a “caminhar drasticamente para a curto prazo” se tornar “muito ameaçada”, o que irá “por em causa uma raça autóctone portuguesa”, avisou.
O efetivo do porco alentejano, reconhecido pela pele preta, cabeça comprida e orelhas pequenas, era de 12 mil porcas em 2007, mas tem vindo “a cair a uma velocidade muito grande”.
Atualmente, o efetivo está perto das seis mil porcas e, “se não se aplicarem as medidas necessárias”, chegará “rapidamente” às cinco mil e poderá mesmo ficar abaixo desta barreira.

Muitos produtores têm desistido de produzir porco alentejano, devido “à forte quebra da rentabilidade da atividade nos últimos quatro anos”, provocada por “condições do mercado, que tem sido muito penalizador”, lamentou.
Em causa, além da “crise de consumo”, está a venda de carne, “de menor qualidade, que dizem ser porco preto” e não é regulamentada, nem protegida, como sendo porco alentejano, o que prejudica a venda de carne da raça suína alentejana de Denominação de Origem Protegida (DOP), explicou.
Vende-se “gato por lebre”, frisou, denunciando que “o chamado porco preto que invadiu o mercado não é porco alentejano”, que é produzido no Alentejo à base de uma alimentação natural e “teve um crescimento apreciável em vendas até 2007”.
Para resolver o problema, além de “medidas internas que o setor já está a desenvolver”, Pedro Bento defendeu uma norma nacional para regulamentar a comercialização e o uso da designação porco preto e ajudas diretas ao setor.