Numa entrevista à RTP, a ministra sublinhou que foi criado um grupo de trabalho que está a analisar a possibilidade de ser tomado “um conjunto muito amplo de medidas, algumas que não contemplam dinheiro, mas que têm consequências muito concretas na vida dos agricultores, por exemplo, o número de cabeças de gado ou a possibilidade de alimentar com ração os animais que estão em modo de produção biológico”.
Assunção Cristas, que falava à entrada de uma reunião do Conselho de Ministros do Ambiente, em Bruxelas, adiantou que o Governo tem já avaliado o “impacto qualitativo da seca nos agricultores”.
“Neste momento os animais estão a ser alimentados com fenos e rações que estavam guardados para o verão, pelo que os agricultores terão que comprar outras. Temos produtores que estão já a comprar rações” e o preço destas “tem vindo a subir”, disse.
Esta proposta deixou os defensores da agricultura biológica espantados por considerarem a solução suscetível de quebrar a confiança e credibilidade conquistadas ao longo de anos junto dos consumidores.
Para a Interbio – Associação Interprofissional para a Agricultura Biológica, a solução proposta é “preocupante pelo impacte negativo junto dos consumidores” e por ser “injusta” para os produtores que alimentam os seus animais apenas com recurso ao modo de produção biológico.
Angelo Rocha, presidente da organização, nega haver falta de alimento biológico para os animais e defende que, em alternativa à derrogação, seja suspensa a certificação (com manutenção das ajudas) no caso de ser dada autorização excecional para compra de alimentos convencionais.