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Vamos assistir a anúncios de insolvências de adegas cooperativas

Vamos assistir a anúncios de insolvências de adegas cooperativas

A ViniPortugal tem uma estratégia para aumentar as exportações em 140 milhões até 2014. Já no mercado interno, Jorge Monteiro, presidente da empresa, revelou em entrevista ao Jornal de Negócios que se esperam “anúncios de insolvências de adegas cooperativas”.

O responsável mostrou-se preocupado com os “operadores que trabalham grandes volumes de preço baixo no mercado interno”, por serem aqueles que estão “em situação mais complicada”. “Se olharmos para o estatuto social”, clarificou, “as adegas cooperativas estão nesse patamar. Vamos assistir a anúncios de insolvências de adegas cooperativas”, declarou àquele jornal.

Nos últimos “dois ou três anos” a queda no consumo em Portugal “deve estar para aí nuns 25%”, com um consumo de vinho per/capita atual em cerca de 24 litros. “Já foi quase de 60 litros”, disse Jorge Monteiro.

 

O responsável apontou para um possível “realinhamento de preços” na restauração, devido ao aumento do IVA. “Pode levar a uma revisão de política de preços, na restauração. Há uns restaurantes, poucos, que estão na gama média e média-alta, que já começam a ter uma política de preços nos vinhos diferente”. Como é exemplo o consumo de vinho a copo: “por um lado é um consumo moderado e responsável, e ao mesmo tempo as pessoas podem beber o vinho que querem, na medida que querem – não ser a ditadura da garrafa”. Esta opção proporciona ao consumidor um preço final mais razoável, “e isto é mais gerador de margem”, acrescentou Jorge Monteiro.

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Por outro lado, o consumo de vinho a copo poderá “corrigir alguns efeitos sentidos no preço por via do IVA na restauração”.

 

O presidente da ViniPortugal revelou estar apreensivo com o mercado brasileiro: “obriga-nos a refletir se devemos investir um milhão de euros num mercado que cria subitamente barreiras fiscais ou não fiscais à entrada dos vinhos”. Para Jorge Monteiro, esta situação “não faz sentido”. “Se a ameaça do Brasil é o crescimento súbito e significativo das importações, então, não há que isentar o Mercosul, nem o Chile, porque é daí que vem o grosso das importações”.