Um grupo de investigadores nacionais da Universidade de Aveiro desenvolveu um bioplástico para a indústria alimentar a partir de batata. De acordo com a instituição de ensino, citada pela Lusa, o novo material permite obter uma melhor conservação dos alimentos.
Este novo bioplástico é fruto de um trabalho de colaboração entre os departamentos de Química e de Engenharia de Materiais e Cerâmica da Universidade de Aveiro, liderado pela investigadora Idalina Gonçalves.
Dez anos de investigação permitiram criar um subproduto “que se parece com o filme de plástico utilizado pela indústria alimentar para acondicionar alimentos frescos e congelados”, conta o Expresso.
Produzido à base de amido, o que permite obter películas transparentes, resistentes à rutura, inodoras e sem sabor, este novo bioplástico é também uma barreira eficaz entre o alimento e o exterior.
“A biodegradabilidade inerente às embalagens de amido é a grande vantagem em relação aos plásticos”, refere Idalina Gonçalves. Um pedaço de plástico pode levar centenas de anos a degradar-se, mas “os filmes de amido perdem mais de 90% do seu peso após 31 dias de incubação com um sistema orgânico”, o que reduz a produção de resíduos, explica ao Expresso.
De acordo com a Universidade de Aveiro, a equipa de investigadores está a agora a estudar a possibilidade deste novo bioplástico poder oferecer informações relevantes sobre os alimentos que contém aos consumidores através da introdução de moléculas capazes de detetar a degradação dos alimentos, sensores de humidade e de temperatura.
“Um dos nossos objetivos é, por exemplo, desenvolver materiais colorimétricos que respondem às alterações das propriedades físico-químicas dos alimentos [como indicadores de tempo, temperatura, pH ou frescura], permitindo ao consumidor uma avaliação da qualidade dos seus alimentos”, explicam os cientistas.