Tornar o setor agroalimentar mais competitivo, sustentável e seguro, e com alimentos de qualidade, é o objetivo do projeto de investigação MobFood, lançado pelo Portuguese Agrofood Cluster.
Com base em informação a que a Lusa teve acesso, o Mobfood, que reúne 43 entidades nacionais, contém três pilares de atuação – segurança alimentar e sustentabilidade, alimentação para saúde e bem-estar e alimentos seguros e de qualidade. O objetivo passa pela implementação de soluções baseadas nestes pilares.
O projeto promove ainda estratégias de crescimento baseadas “no reforço da capacidade tecnológica, da inovação e do I&D (Investigação e Desenvolvimento) orientadas para a obtenção de novos produtos, serviços e processos/tecnologias”.
A iniciativa está estruturada em oito produtos, processos e serviços (PPS):
- resíduos e utilização eficiente dos recursos;
- embalagens sustentáveis;
- nutrição, saúde e bem-estar;
- qualidade e segurança alimentar;
- autenticidade e rastreabilidade;
- logística;
- consumidor – novas tecnologias de avaliação;
- coordenação de projeto, promoção, disseminação e exploração de resultados.
Cada PPS é composto por parceiros industriais e científicos que respondem a objetivos assentes na estratégia do programa.
Propostas a desenvolver em cada área

Ao nível dos resíduos e utilização eficiente dos recursos, está prevista a valorização dos vegetais, com novos produtos após secagem (em formato fatiado, pó e polpa congelada), afiambrados vegetarianos e cogumelos “sapróbios crescidos em composto obtido a partir de produtos de menor valor acrescentado”. Já quanto à valorização de afluentes são apresentados o processo de reutilização de salmoura e a valorização dos efluentes de cozedura por incorporação de extrato de bolota.
No que diz respeito às embalagens sustentáveis, é apresentada uma proposta assente em filme multicamada reforçado com nanopartículas, com agente antioxidante ou com revestimento comestível.
Em termos de nutrição, saúde e bem-estar, a meta passa por investigar e desenvolver “produtos alimentares nutricionalmente equilibrados, inovadores e com alegações nutricionais”.
O MobFood quer ainda implementar novas práticas de higiene e segurança alimentar, metodologias para a desinfeção de produtos, bem como desenvolver novos produtos derivados de cereais “com teor reduzido de acrilamida”.
Paralelamente, prevê-se o desenvolvimento de metodologias para aferir a autenticidade e rastreabilidade da pera rocha, maçã de Alcobaça e queijo da Serra e aferir a origem de produtos frescos, ao longo de toda a cadeia de valor.
O projeto é financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, no âmbito do Programa Operacional para a Competitividade e Internacional do Portugal 2020.