A IACA – Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais revela que o preço da alimentação pode aumentar no País já este ano, face à grande procura de matérias-primas por parte da China.
Segundo a associação, as empresas portuguesas de alimentação animal têm sido “especialmente impactadas” com o aumento dos preços do milho, trigo, cevada e oleaginosas, como a soja. As subidas na ordem dos 35 a 40% em particular no último trimestre de 2020 e a previsão da manutenção desta tendência “faz com que os industriais estejam preocupados”.
De acordo com a IACA, o Índice de Preços da Alimentação da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, regista um aumento pelo nono mês consecutivo, atingindo uma média de 116 pontos – o mais alto desde julho de 2014. Para esta subida contribuem o aumento do preço das oleaginosas e de cereais, que registam uma subida de 42,3% face ao período homólogo em janeiro de 2020.
A China é apontada como um dos principais responsáveis pelo aumento dos preços devido à compra de grandes quantidades de várias matérias-primas, não só para acumular stocks (a médio e longo prazo), mas também para satisfazer as produções de suínos e frangos (a curto prazo)
Reações da IACA
José Romão Braz, presidente da IACA, afirma que “é importante percebermos que um país dependente de importações de cereais e oleaginosas, como o nosso, é naturalmente vulnerável, e fica mais exposto nestas alturas”. “A pandemia e as perspetivas de médio/longo prazo para a procura de matérias-primas obrigam-nos a pensar na questão da food security, isto é, na segurança do abastecimento alimentar à população, que decorre, naturalmente, das condições dos operadores para a produzirem. Atualmente essas condições estão cada vez mais exigentes e isso, claramente, vai refletir-se no preço da alimentação no consumidor final”, acrescenta o responsável.

Webinar
Face à situação atual, a IACA vai promover nos dias 10 e 11 de março, às 14h00, um webinar que analisa o mercado ibérico dos alimentos para animais, após um ano de pandemia. O evento dá um destaque especial, no dia 11, ao acesso das empresas a cereais e a proteína no mercado mundial de matérias-primas.
Entre os orados destacam-se Emily French, representante da consultora Global Agprotein e Dave Hightower, representante da consultora Hartfield Trading Partners.
O webinar é vai também servir para analisar o trabalho das empresas de alimentação animal rumo à sustentabilidade. Pedro Cordero, representante da FEFAC – Federação dos Fabricantes Europeus de Alimentos Compostos para Animais, é um dos principais convidados.
O encontro dos industriais de alimentação animal é realizado em parceria com a USSEC e a CESFAC e tem início com uma ronda de apresentações acerca dos desenvolvimentos científicos na área da nutrição animal.
Pode consultar o programa completo aqui e inscrever-se no seguinte link.