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Biotecnologia

Investigação internacional mostra caminho para melhorar eficiência da água nas plantas

Investigação internacional mostra caminho para melhorar eficiência da água nas plantas

Uma equipa de investigadores da Universidade de Illinois (EUA), do Volcani Center (Israel) e da Universidade de Cambridge (Reino Unido) descobriram que ao estimularem excessivamente uma enzima sensível ao açúcar, a hexoquinase, em plantas de tabaco cultivadas nas explorações agrícolas, poderiam melhorar a eficiência intrínseca do uso da água, sem diminuir a taxa de fotossíntese ou a produção de biomassa.

Segundo explica a iniciativa Realizing Increased Photosynthetic Efficiency (RIPE), da qual esta investigação faz parte, o tabaco foi usado como um modelo porque “é relativamente fácil de trabalhar dentro do laboratório, estufa e explorações agrícolas. Os resultados desta cultura podem ser vistos a um ritmo muito mais rápido do que nas colheitas alimentares, que são mais difíceis e demoradas a modificar e a crescer”.

 

Durante a fotossíntese, as plantas abrem pequenos poros nas suas folhas, chamadas estomas, para recolher CO2. No entanto, quando os poros estão abertos, a água também escapa através da transpiração. “Estudos anteriores demonstraram que a manipulação genética de elementos que desencadeiam o movimento estomatal, como a estimulação exagerada da Arabidopsis Hexokinase 1 (AtHXK1), pode estimular o fecho estomatal e ajustar essa troca para as plantas”, explica a investigadora líder, Liana Acevedo-Siaca.

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Foi também demonstrado anteriormente que a AtHXK1 sinaliza para os poros que há açúcar suficiente, eliminando a necessidade de estes recolheram mais CO2. No entanto, essa avaliação foi feita apenas em ambientes controlados, algo que este estudo tentou reverter.

 

“Os nossos resultados confirmaram que a superexpressão constitutiva da AtHXK1 diminui a produtividade. Também mostrámos que a superexpressão da AtHXK1, orientada para as células-guarda, poderia melhorar a eficiência intrínseca do uso da água em relação ao tipo selvagem sem impactar negativamente a assimilação de CO2. Ainda assim, esta diferença era fortemente dependente da idade das folhas, e as chuvas recentes poderiam eliminar diferenças de desempenho”, explica o investigador Johannes Kromdijk.

Os investigadores pretendem agora espelhar os desenvolvimentos nas colheitas alimentares, como a mandioca, o arroz e a soja. “Este estudo demonstra o potencial de cultivar plantas com uma utilização mais conservadora da água ao longo da época de cultivo em condições de campo e limitação moderada da água, sem penalização significativa de rendimento”, considera a RIPE.