Os agricultores afetados pelos incêndios já podem candidatar-se aos apoios de emergência para alimentação animal, revelados pela primeira vez pelo Ministério da Agricultura e Alimentação no final de julho. O apoio definido inicialmente em 500 mil euros poderá ser aumentado, com recurso ao fundo de emergência.
“Estamos a disponibilizar do orçamento do Ministério da Agricultura 500 mil euros de apoios de emergência, para bovinos, cavalos, ovelhas e cabras. Este montante vai ser distribuído de acordo com os critérios de elegibilidade e com o montante pré-definido nessa portaria”, revelou a Ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, citada pela Rádio Renascença.
“Todas as freguesias que venham a ser apuradas depois da data de ontem [16 de agosto] serão introduzidas, nesta mesma portaria, e caso seja necessário vamos reforçar este orçamento.”
A ministra adiantou ainda haver açúcar disponível nas direções regionais de agricultura para alimentar os apiários destruídos pelas chamas.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) já reagiu, afirmando que 500 mil euros não são suficientes para dar resposta aos prejuízos.
“É uma ajuda que permite a aquisição de alimentos para uma dúzia de dias, duas semanas, no máximo, o que nos parece, nitidamente, pouco perante a gravidade dos incêndios”, afirmou o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, justificando que “aqueles territórios não vão produzir absolutamente nada durante praticamente um ano”.
O responsável criticou ainda o tempo que os apoios vão demorar a chegar até aos produtores: “Quando é que esta ajuda estará disponível no bolso dos agricultores para que possam adquirir os tais alimentos? Eventualmente, já no terceiro trimestre ou no quarto trimestre, perto do Natal, e isso é que não é entendível, tinham de chegar ao território e aos agricultores em menos de uma semana”.