O Governo anunciou novas medidas de mitigação dos efeitos da seca hidrológica em Portugal, que é já considerada pelo executivo como “a mais grave deste século”.
Segundo explicado em comunicado, uma das medidas passa pela promoção da redução do consumo de água nos empreendimentos turísticos do Algarve, nomeadamente na rega de campos de golfe e espaços verdes.
Foram ainda anunciados vários investimentos no âmbito do fornecimento de água, como o avanço da obra de ligação do sistema do Alto Rabagão ao sistema de Arcossó, o lançamento do procedimento para a empreitada do prolongamento do Pinhão ao sistema adutor de Vila Chã e a reativação da captação de Camba para redução do volume captado na Albufeira de Sambade.
A Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, e o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, lembraram ainda que o Plano de Recuperação e Resiliência prevê investimentos de 200 milhões de euros para melhorar a eficiência hídrica no Algarve.
Nesse sentido, está adjudicado o projeto para o reforço do abastecimento de Odeleite a partir do Pomarão; a dessalinizadora encontra-se em fase de projeto e os procedimentos para o início da avaliação de impacte ambiental foram iniciados.
“Por outro lado, até 2025, haverá condições para utilizar a totalidade da água reciclada da região em rega, ou seja, oito hectómetros cúbicos de água, o equivalente ao consumo do concelho de Braga em 10 meses”, notam.

No caso das Albufeiras dos Aproveitamentos Hidroagrícolas mantém-se o cenário de campanha de rega assegurada. Das 44 albufeiras monitorizadas, 37 asseguram campanha de rega para 2022 e sete albufeiras apresentam limitações (Bravura, Santa Clara, Campilhas, Fonte Serne e Monte de Rocha, Arcossó e Vale Madeiro).
A preparação para a seca
O Governo nota que “apesar da gravidade da situação, hoje Portugal está mais bem preparado no setor agrícola, no que diz respeito ao armazenamento e gestão da água. É de sublinhar o caso de Alqueva, com disponibilidade acima de 70% e ligações a outras albufeiras, que permite assegurar a campanha de rega na região”.
Foi destacado ainda o papel de todos os outros Aproveitamentos Hidroagrícolas públicos e de Fins Múltiplos do País, assim como a redução do consumo de água para rega em 48% (dados recolhidos entre 2002 e 2016).
Finalmente, o executivo nota que, atualmente, 30% da área regada utiliza tecnologia de informação para apoio à gestão da rega, através de sondas de medição de humidade e dados meteorológicos.
Neste contexto, foi aberto um novo aviso (PDR2020) destinado a apoiar a Agricultura de precisão e Eficiência no uso de recursos com uma dotação 24,5 milhões de euros (as candidaturas decorrem até 30 de setembro). A 27 de julho será aberto o aviso para a Eficiência Hídrica do Aproveitamento Hidroagrícola do Mira e da nova Estação Elevatória, com uma dotação de 30 milhões de euros.