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Vinha e Vinho

Jornadas de Enoturismo: “É importante sair-se do universo puramente vínico para ‘vender’ vinho”

Jornadas de Enoturismo: “É importante sair-se do universo puramente vínico para ‘vender’ vinho" iStock

Aveiro e Bairrada receberam a 12.ª edição das Jornadas de Enoturismo, uma iniciativa conjunta das cinco regiões, rotas e comissões vitivinícolas (CVR’s) do Centro de Portugal – Bairrada, Beira Interior, Dão, Lisboa e Tejo –, que este ano celebraram o vinho e o enoturismo enquanto motor de desenvolvimento económico, cultural e sustentável dos territórios.

Durante o evento, o enoturismo foi apontado como um caminho de desenvolvimento e aumento de receitas no setor do vinho, “devendo ser encarado de forma cada vez mais holística, não apenas como momentos de portas abertas nos produtores de vinho, mas ao nível das experiências enogastronómicas, literárias, de desenvolvimento de produtos que somem cultura, música e arte, por exemplo”, lê-se na nota de imprensa.

 

No primeiro dia, realizou-se um balanço e um enquadramento mais técnico, ao nível de projetos e formas de obter financiamentos. Neste sentido, foi sublinhada a clara evolução nas duas últimas décadas, tendo sido sublinhado que “muito foi feito na produção e até em infraestruturas para receber enófilos, mas as ofertas de enoturismo são muito ‘standardizadas’ e focadas no vinho em si, no processo de vinificação, nas adegas e nos seus ‘recheios’, muitas vezes descritos à exaustão e sem diferenciação, paixão e emoção”.

A comunicação explica ainda que “o que é de singular em cada produtor é, muitas vezes esquecido e deixado por dizer. É importante sair-se do universo puramente vínico para ‘vender’ vinho”, uma vez que “as pessoas, o património, a cultura, a gastronomia e o território, no seu todo, devem ser encaradas como elemento do enoturismo”.

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Deste modo, o comunicado de imprensa destaca ainda diversos pontos, tais como: a importância da coesão territorial e do trabalho em rede, evitando-se redundâncias; trabalhar-se de forma estruturada e articulada na promoção, promoção do vinho em estreita relação com as demais valências dos territórios, pensar mais no turista e só depois no enoturista, assumir a identidade de cada lugar, apostar na partilha de conhecimento: da cultura do vinho e das gentes do vinho e humanizar e perpetuar: contar histórias das pessoas e do saber fazer local (que vão desaparecer).

Além disso, foi ainda destacado a importância de apostar em experiências diferenciadores, comunicar mais e melhor, evitando linguagem hermética, apostar no storytelling autêntico e genuíno, singular e relevante, dar importância à narrativa, atrair pessoas carismáticas, que contem histórias e partilhem conhecimento com paixão,  empolgar para conectar, envolver e criar relações, aproximar (a linguagem à do comum cidadão) para compreender, acender a vontade de quem nos ouve querer mais e passar a palavra (o vinho de ouvido em ouvido).

 

As jornadas reuniram empresários, agentes públicos, profissionais e entusiastas do setor vitivinícola, turismo e gastronomia, oriundos de todo o país.