Com a crescente tensão em território ucraniano, são vários os impactos que a economia europeia poderá sofrer, inclusivamente a portuguesa. De acordo com a Portugal Foods, a “Ucrânia é o maior fornecedor de milho de Portugal, à frente do Brasil”. O jornal Expresso avança que a alimentação animal está em causa.
“A análise que fazemos das importações mostra que Portugal importa cereais, em especial milho, da Ucrânia, para rações animais”, explica a responsável da associação do sector agroalimentar português, Deolinda Silva. Mais de metade das compras lusas a este país de leste (152 milhões de euros) são relativas a cereais.
No top dos produtos que Portugal compra na Ucrânia estão também gorduras e óleos animais e vegetais (33 milhões de euros), com destaque para o óleo de girassol, assim como sementes e frutos oleaginosos (26 milhões de euros), segmento que tem como protagonistas o nabo e a colza.
A instabilidade que se vive na região cria “uma enorme pressão na importação destes produtos”, admite Deolinda Silva. No entanto, adianta que não estão em causa compras diretas, mas sim compras no mercado de futuros, em Chicago, “onde os grandes operadores fazem a gestão da origem dos produtos para evitar grandes quebras e podem ir alternando os principais fornecedores”.
“Estamos a falar de encomendas feitas a três ou seis meses pelo que o impacto não é imediato”. Apesar disso, nota que pode favorecer a especulação e “ser mais um fator a fazer subir os custos das rações e, consequentemente, da carne”.
