A Universidade de Évora (UÉ) vai reforçar a sua investigação sobre prevenção e extinção de incêndios florestais e identificar as zonas estratégicas de gestão para minimizar o risco e a severidade destes incêndios através da gestão agro-silvo-pastoril.
Em comunicado, a UÉ revela que o projeto FIREPOCTEP pretende responder a questões como os impactes das alterações climáticas, as áreas com maior risco de grandes incêndios rurais e como estes eventos extremos afetam as populações.
Para obter conclusões a equipa, coordenada pelo investigador do Instituto Ciências da Terra da Universidade de Évora, Rui Salgado, vai utilizar projeções climáticas obtidas através do Couple Model Inter-Comparison Project – CMIP5, da análise de dados do European Forest Fire Information System (EFFIS), e dos índices de perigosidade de incêndio rural calculados pelo Global ECMWF Fire Forecasting model (GEFF).
Durante o projeto, a investigação pretende ainda comparar a diversidade microbiana dos solos afetados pelos fogos ocorridos e dos afetados pelas queimas prescritas, de modo a constituir-se como bioindicador do efeito do fogo no solo. Os investigadores consideram essencial fazer essa comparação para a avaliação do fogo prescrito e para ajustar as “janelas de prescrição”. “O fogo prescrito é uma das soluções mais eficazes a curto prazo para a redução do combustível existente na paisagem”, afirma a UÉ, em comunicado.
Outros objetivos
A par da investigação científica a produzir, o projeto quer apostar ainda na formação e sensibilização da população rural através de cursos de formação e de cooperação entre todos os agentes envolvidos no sistema de prevenção e supressão de fogos rurais. Outro dos objetivos é formalizar um espaço de encontro para que universidades, investigadores e outros especialistas possam colaborar e impulsionar projetos comuns.
Para além disto, o FIREPOCTEP pretende ainda capacitar e dotar de materiais os agentes operativos para facilitar a intervenção em ambos os lados da fronteira. Assim como, desenvolver um sistema de acreditação para a formação dos dispositivos que normalize procedimentos de segurança pós-covid-19.
Este é um projeto de colaboração transfronteiriça entre Portugal e Espanha, contando a UÉ com um orçamento que ascende a 126.900€ sendo a contribuição do FEDER de 95.175€.
A equipa de investigação da Universidade de Évora integra professores e investigadores do Instituto de Ciências da Terra (ICT), Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), Laboratório HERCULES e Centro de Investigação em Matemática e Aplicações (CIMA).
