As eleições legislativas na Alemanha em outubro de 2013 podem atrasar a negociação da nova Política Agrícola Comum (PAC) para o período 2014-2020 e, com isso, fazer deslizar no tempo a elaboração e aplicação no terreno dos novos regulamentos e respetiva distribuição dos apoios à Agricultura a partir de 1 janeiro de 2014.
“A agricultura tem um forte impacto eleitoral em, alguns Estados-membros, desde logo na França, que acaba agora de ter eleições. E não é por acaso, que este processo andou, até aqui, ‘ao ralenti’, para que pudesse não terminar a campanha eleitoral”, explicou o deputado, temendo que um efeito semelhante também possa ocorrer devido às eleições legislativas na Alemanha no próximo ano, avança a Vida Económica.

As consequências de um eventual atraso ocorrem a dois níveis. O ex-ministro da Agricultura português explicou que “a PAC tem dois pilares: o primeiro são os pagamentos diretos aos agricultores, pagos 100% pelo orçamento comunitário; o segundo pilar são as ajudas ao investimento, nas explorações agrícolas, na agroindústria, cofinanciadas pelos Estados”.
Para que o processo decorra como previsto, diz Capoulas Santos que as perspetivas financeiras devem estar aprovadas “até ao próximo outono ou, no máximo, até ao fim do ano”, mas, ainda assim, mesmo que este calendário se cumpra, apenas em junho de 2013, na melhor das hipóteses, haverá um documento final já com todas as alterações, dada a complexidade desta negociação.