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Agricultura

Há um projeto português que quer combater o declínio dos insetos polinizadores em Portugal

Há um projeto português que quer combater o declínio dos insetos polinizadores em Portugal Direitos Reservados

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lidera um projeto “estruturante para a conservação e sustentabilidade dos polinizadores” em Portugal.

O projeto, intitulado PolinizAÇÃO, coordenado por docentes e investigadores no Centro de Ecologia Funcional (CFE) do Departamento de Ciências da Vida (DCV), pretende combater o declínio dos insetos polinizadores, como as abelhas, borboletas, moscas-das-flores, entre outros.

 

Em articulação com a Rede Colaborativa para a Avaliação, Conservação e Valorização dos Polinizadores e da Polinização – polli.NET, o projeto vai “identificar e implementar ações concretas de conservação, ao mesmo tempo que mobiliza e consciencializa a sociedade sobre a importância vital destes agentes na biodiversidade e na produção alimentar”, lê-se na comunicação da instituição académica.

“Os polinizadores desempenham um serviço vital nos ecossistemas, são cruciais para a natureza, a agricultura e o bem-estar humano. No entanto, enfrentam atualmente diversas pressões globais, desde alterações no uso do solo, que promovem a simplificação e homogeneização da paisagem, até invasões biológicas e mudanças climáticas”, explicou Sílvia Castro, uma das coordenadoras do projeto, alertando ainda que estas pressões representam “uma ameaça significativa à conservação da biodiversidade funcional dos ecossistemas e à produção agrícola sustentável”.

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Sílvia Castro e João Loureiro são docentes e investigadores no Centro de Ecologia Funcional do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC

 

A comunicação dá ainda conta que, em função desta iniciativa, será elaborado um “Plano de Ação para a Conservação e Promoção dos Polinizadores e Serviços de Polinização” em Portugal, que pretende fornecer uma base estratégica para as partes interessadas, estabelecendo diretrizes claras para promover práticas sustentáveis.

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Já João Loureiro, também coordenador do projeto, afirmou que este “representa um compromisso sério com a conservação da nossa biodiversidade. Ao unir esforços com várias entidades, pretendemos avaliar o estado da arte sobre os polinizadores para o território nacional, criar um programa de monitorização de longa-duração, construir o plano de ação propriamente dito, e desenvolver iniciativas de disseminação e divulgação e de ciência cidadã sobre a importância dos polinizadores”.

 

O projeto terá a duração de dois anos e é financiado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e Alterações Climáticas, envolvendo uma parceria de execução com a Rede polli.NET, incluindo membros destacados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o Centre for Ecology, Evolution and Environmental Changes (cE3c), a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o Linking Landscape, Environment, Agriculture And Food (LEAF) do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, a Associação BIOPOLIS, o Azorean Biodiversity Group da Universidade dos Açores, a Sociedade Portuguesa de Entomologia e o Centro de Conservação das Borboletas de Portugal – Tagis.

Estudo concluiu que elevado uso de fertilizantes reduz significativamente o número de polinizadores