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Milho

Rega gota-a-gota enterrada com boas perspetivas

Conduta de água gota a gota

Os primeiros ensaios de rega gota-a-gota enterrada na cultura do milho indiciam a confirmação de uma poupança de água, energia e fertilizante na ordem dos 30%, face aos sistemas convencionais. A conclusão é da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS), que apresentou recentemente alguns resultados do primeiro ano do projeto SaniMilho, que resulta de um protocolo de colaboração técnico‐científica, assinado em 2013, com o INIAV, pelo período de oito anos, e tem por objetivo dinamizar estudos, atividades e projetos no âmbito da cultura do milho e do sorgo, na Estação Experimental António Teixeira, em Coruche.

Nos diversos campos de milho, instalados pela ANPROMIS em 2014, decorrem ensaios sobre o estudo da cefalosporiose e a eficiência dos sistemas de rega, estando em estudo a rega enterrada gota-a-gota, tecnologia que permite uma poupança de água, energia e fertilizantes estimada em 30%, por comparação com sistemas convencionais, de acordo com a empresa instaladora – a Imper Regas, distribuidora para Portugal e África da NaanDanJain (empresa com participação da israelita Kibbutz Naan e da indiana Jain Irrigation Systems), que detém a tecnologia.

ensaios de rega gota-a-gota enterrada na cultura do milho

ensaios de rega gota-a-gota enterrada na cultura do milho

José Alexandre Caeiro, gerente da Imper Regas, explicou que “esta tecnologia pode ser uma boa alternativa às áreas que têm, por exemplo, canhões de rega, porque sendo uma rega localizada mais próximo da raiz da planta permite um melhor aproveitamento da água e da fertirrigação”.

O gerente adiantou que “temos de esperar pelo final da campanha, mas, até agora, estamos satisfeitos com os resultados que indicam níveis de produtividade idênticos aos dos outros sistemas de rega convencionais, apesar de as condições de instalação não terem sido as melhores”.

O presidente da ANPROMIS explicou à VIDA RURAL que “a tecnologia foi instalada tarde [o terreno começou a ser trabalhado a 12 de março e a sementeira só teve lugar a 18 de maio], além disso, como tivemos um ano muito seco fomos obrigados a fazer uma rega de encharcamento para que as plantas germinassem, pelo que a poupança não será tanta como poderia ser”. Luís Vasconcellos e Souza adiantou que “esta tecnologia deve ser instalada em zonas homogéneas ou então terão de se instalar vários setores e controlar também as diferenças com a periodicidade da rega”. Para aferir o uso mais eficiente da água foram instalados dois caudalímetros e três sondas.

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Na demonstração feita no campo, José Alexandre Caeiro referiu que “no próximo ano iremos fazer a sementeira com a terra húmida”. Olhando para os resultados, o responsável mostrou que “a humidade no solo está a 30cm”, informando que “os tubos estão instalados a 35cm de profundidade e 75cm entre eles, com os gotejadores autocompensantes a distarem 50cm entre si e a rega tem sido de 63m³/hora/ha”.