A retirada do mercado de 112 substâncias ativas consideradas em risco de exclusão a nível da União Europeia pode levar a uma quebra de rendimento dos agricultores de 55% num grupo de cinco culturas analisadas: vinho, azeite, milho, pera e tomate.
A conclusão é de um estudo apresentado hoje (19 de maio) pela ANIPLA e que teve a participação das principais organizações de produtores das fileiras representadas.
O impacto económico no setor do vinho estimado aponta para uma quebra de 46%, um número que cresce para os 56% no azeite, 60% no milho, 76% na pera e 82% no tomate. No conjunto, as perdas rondam os 810.5 milhões de euros.
A apresentação desta análise decorreu no auditório da CAP, onde Luís Mira, secretário-geral desta organização, lamentou a proibição de substâncias ativas por razões políticas: “Infelizmente não existem alternativas, até porque os consumidores não estão dispostos a pagar mais pelos alimentos. É lamentável que a Europa proíba estes produtos e permita a importação de produtos de países terceiros que utilizam estas mesmas substâncias”, referiu.
António Lopes Dias, diretor executivo da ANIPLA, indicou como exemplo que nesta lista consta o cobre, uma substância atualmente autorizada para utilização em agricultura biológica.
Recorde-se que este estudo não inclui o impacto com a proibição do glifosato, uma vez que não constava da lista de substâncias em risco de exclusão.