Os suinicultores portugueses estão confrontados com a maior crise do sector dos últimos anos face ao agravamento dos custos de produção provocado pelo aumento do custo das matérias-primas e do excesso de produção de carne no mercado europeu.
Em carta enviada ao ministro da agricultura, a Federação Portuguesa das Associações de Agricultores (FPAS) alerta para a diminuição da competitividade face à crescente valorização do euro em relação ao dólar e defendem “medidas políticas, quer de âmbito comunitário quer de âmbito nacional, urgentes, capazes e suficientes para minorarem os graves prejuízos já verificados que podem levar ao desaparecimento de uma parte substancial do sector e também de grande parte de outros sectores da fileira”.
No documento, a FPAS pede ainda a José Sócrates e Jaime Silva que entrem em contacto com a Direcção-Geral da Saúde e da Protecção do Consumidor da União Europeia, “pedindo uma solução jurídica urgente e excepcional” que permita “uma tolerância razoável para a presença fortuita e tecnicamente inevitável das novas variedades OGM (Organismos Geneticamente Modificados) ainda não reconhecidas e autorizadas” no espaço europeu. Em causa estão elevados stocks de cereais da Argentina que não podem entrar no território comunitário por terem algum milho transgénico.
A introdução de novas espécies de milho e de “farinha de carne (Proteína Animal Transformada)” são outras das medidas reclamadas pelo sector para diminuir o custo das rações animais.
A FPAS pede ainda uma reunião com “organizações representativas da grande distribuição, das indústrias de abate e transformação e da produção para estabelecer um acordo excepcional de comercialização, que vise minorar os efeitos catastróficos da actual conjuntura”, uma medida que já foi tomada