O grupo operacional Undercork, dedicado ao estudo da cobrilha da cortiça, denunciou a promoção da aplicação de produtos químicos no montado para combate à cobrilha por parte de algumas empresas no mercado nacional. Em comunicado, o grupo alerta que “à luz do conhecimento atual, não existe nenhum tratamento químico ou biológico, quer a nível nacional quer internacional, que seja eficaz no combate à cobrilha da cortiça”.
O Undercork refere ainda que nenhum produto está em homologado ou em vias de homologação na Direção Geral de Agricultura e Veterinária (DGAV), algo obrigatório para a qualquer produto químico.
“As larvas de cobrilha morrem aquando do descortiçamento, sendo desnecessária a aplicação de inseticidas ou afins para se atingir este objetivo aquando da extração. As condições que precisam para o seu desenvolvimento são muito específicas, e uma vez expostas morrem sem completar o seu ciclo de vida, quer na árvore, quer nas pranchas de cortiça que foram extraídas, ou seja, não chegam a insetos adultos e não fazem novas posturas”, explica ainda o grupo.
O grupo recorda ainda ser desconhecida a forma como os insetos adultos da cobrilha selecionam os sobreiros para atacar. No entanto, refere que “as árvores recém extraídas são as menos interessantes para a realização das posturas de cobrilha, uma vez que ainda não reúnem condições para o desenvolvimento da larva (que se alimenta na camada geradora de nova cortiça) e necessita das camadas externas de cortiça para se proteger”, explica a entidade.
O grupo operacional Undercork foi formado em 2016 e tem como objetivo principal: conhecer os mecanismos que regulam a seleção das árvores pela cobrilha, desenvolver métodos de gestão preventiva na gestão dos povoamentos e de controlo, para redução dos níveis populacionais da cobrilha, incluindo a avaliação e potenciação do papel das aves insectívoras.