A evolução da tecnologia nesta área tem sido enorme e quase todos os dias surgem novos equipamentos e ferramentas que podem ser acoplados aos que o agricultor já possui, sempre no sentido de proporcionar maior poupança e eficiência, principalmente, ao nível da água e energia. E várias das empresas e entidades com quem falámos, como o COTR e a EPCA, garantem que têm em curso vários projetos de investigação e ensaios nesta área.
O diretor técnico da EPCA salienta que “muitos dos sistemas que já eram utilizados nas estufas estão agora a ser transpostos para o campo”, porque se mostraram muito eficientes em termos de gastos de água e energia.
Falando um pouco sobre as soluções e equipamentos mais recentes/eficientes, a plataforma que o COTR disponibiliza aos agricultores, para já, do Alentejo – mas o diretor técnico da instituição garante que estão a fazer vários esforços para estender os seus serviços a mais zonas do País –, “é o Sistema Agrometeorológico para a Gestão da Rega no Alentejo (SAGRA) que tem por base a informação de 14 estações meteorológicas na região e permite ao agricultor introduzir as diversas variáveis – tipo de solo e cultura, mas também, por exemplo no caso do olival e de outros pomares: compasso, variedade, etc., determinando assim as suas necessidades de rega, que vão sendo atualizadas diariamente”.
De forma idêntica, mas integrando as leituras de vários tipos de equipamentos e com abrangência nacional, o software Irristrat, desenvolvido pela Hidrosoph, “tem um algoritmo de cálculo que, de acordo com toda a informação que entra, faz a gestão da rega”, explica José Almeida, frisando que “este algoritmo vai aprendendo com toda a informação, de todos os clientes, que lhe vai chegando ao longo do tempo, para se tornar cada vez mais exato”.

Já José Alexandre Caeiro, da Imper Regas, lembra o projeto SaniMilho, em parceria com a ANPROMIS, onde se está a trabalhar com a rega gota-a-gota enterrada e “cujos resultados são promissores”, (ver artigo ‘Rega gota-a-gota enterrada em boas perspetivas’) salientando que “os sistemas de rega têm tido uma grande evolução, devido à área hidráulica, mas também agronómica, pelo estudo das necessidades hídricas da planta”.
Continuando a mostrar equipamentos de poupança, Miguel Reis, da Regaber Portugal, fala-nos do filtro polimérico Sigma que é “uma inovação, amiga do meio ambiente e rentável em sistemas de filtragem. Formado por um sistema multimalha, polimérico, autolimpante e com uma turbina hidráulica inovadora, (…) melhora os resultados de filtragem de água em aplicações agrícolas, estufas e sistemas de rega em espaços verdes”. O responsável adianta que este “é o único filtro hidráulico multimalha, no mercado, fabricado em materiais plásticos” e que “facilmente adaptável a qualquer instalação existente, o filtro é leve, modular e versátil”.
Por sua vez, Alexandre Castilho, da Hidro Ibérica, salienta que, por exemplo, “cada pivot tem a sua carta de rega, que define o débito, mas também podemos criar diversos quadrantes, podendo até ter culturas diferentes no mesmo pivot com dotações e velocidades de rega diferenciadas”. Um sistema VRI que Miguel Campilho, da Lagoalva, também comercializa e salienta que pode ser acoplado a um sistema “VRF – Variable Rate Fertirrigation, que permite definir a necessidade de fertilizantes e agroquímicos que o agricultor que aplicar e quando”.
Falando agora de agricultura ‘à distância’, a Lagoalva disponibiliza também os sistemas FieldNET e PivotCONTROL, da Lindsay, que “são baseados num quadro eletrónico inteligente e que permitem a monotorização do sistema de rega ao minuto e em qualquer parte do mundo. O sistema envia alertas, possibilita a consulta do histórico do sistema de rega e muitas outras funções”, refere o administrador.