Esta semana a VIDA RURAL vai falar de regadio, com conteúdos exclusivos que publicaremos em primeira mão para os nossos leitores no online. Falámos com empresas e agricultores para perceber as razões que levam a procurar soluções mais eficientes de regadio, numa área onde domina o conceito de precisão, com recurso a múltiplos indicadores e equipamentos que dão primazia à poupança de água e energia, mas também de fertilizantes e agroquímicos, ajudando a melhorar a qualidade do produto. E tudo (ou quase) é monitorizável, em tempo real e remotamente.
A ‘reforma agrária’ da tecnologia
O paradigma da agricultura está a mudar. Sabemos que as estimativas colocam a população mundial em torno dos 9,2 mil milhões de pessoas em meados deste século, o que implica um aumento da produção agrícola na ordem dos 60%. A questão que se coloca aos agricultores é como isto será possível? Só há uma forma: fazer mais com menos.
Importa preservar recursos para o futuro – solo, água, energia – e, contrariando a tendência das últimas décadas e as consequências das alterações climáticas, aumentar as áreas agrícolas.

A agricultura portuguesa tem vindo a mudar nos últimos anos, para dar resposta a estes e outros desafios, passando a ser encarada numa ótica cada vez mais empresarial e profissional.
Fala-se, cada vez mais, de agricultura de precisão e a rega é uma das suas principais componentes. “A tecnologia é melhor, mais robusta, barata e faz muito mais. Tudo é baseado na internet e pode-se monitorizar remotamente, com um tablet ou um smartphone. O desenvolvimento também é muito mais rápido e o grande beneficiário é o agricultor”, resume Onno Schaap, sócio-gerente da Aquagri, adiantando que “está a acontecer uma nova reforma agrária, a reforma agrária da tecnologia”.
Uma reforma do lado do agricultor mas também da academia e das empresas do setor que, todos os dias investigam, testam e ensaiam novos produtos, cada vez mais eficientes e que trabalham de forma integrada para dar toda a informação e ferramentas possíveis ao agricultor para gerir a sua rega ao milímetro, a partir de qualquer parte do mundo.
De referir ainda que a ação 7.5 – Uso eficiente da água, do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), também veio incentivar o processo de mudança de sistemas de rega e utilização de equipamento de monitorização, que já se vinha sentindo.