Perante a situação de exceção devido à pandemia de COVID-19, a Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Pecuários (Fenapecuária) emitiu um comunicado no qual defende que é prioritário garantir as próximas colheitas de cereais e apela à suspensão das regras de greening da Política Agrícola Comum (PAC).
“Tendo em conta o défice da balança agroalimentar portuguesa face ao exterior, no que diz respeito aos cereais, e estando os agricultores em vésperas de mais uma campanha de sementeiras de primavera/verão, é absolutamente prioritário garantir as próximas colheitas, pelo que as obrigações do greening devem ser, neste ano excecional, suspensas, não colocando em causa o seu pagamento”, refere o comunicado.
Uma vez que o greening se trata de uma medida da PAC, a alteração tem de ser decidida pela Comissão Europeia, pelo que a federação apela à ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, que use “todos os argumentos políticos ao seu dispor, para assumir o sector agropecuário nacional como sendo vital e prioritário para Portugal”.
A federação pede ainda a revisão das regras de reconhecimento das Organizações de Produtores (OP), por forma a evitar ainda mais o agravamento da situação do tecido agrícola e social.
“Este é também o momento de afirmação do sector agrícola, das cooperativas e dos seus agricultores, na sociedade portuguesa, afinal estamos a falar da nossa soberania alimentar”, refere Idalino Leão, presidente da FENAPECUÁRIA, citado no mesmo comunicado.
Idalino Leão pediu também aos portugueses que “reflitam sobre esta crise, alterem os seus comportamentos nas compras de supermercado e sejam solidários com os agricultores portugueses”, apelando à aquisição de “produtos de origem nacional”.