Uma nova investigação da Universidade Duke (Estados Unidos da América) identificou a proteína específica nas células das plantas que explicam a perda de imunidade a doenças com o aumento das temperaturas. O estudo identificou ainda uma maneira de reverter a perda e aumentar as defesas da planta contra o calor, nota a universidade, no seu site.
As descobertas, publicadas na revista Nature, foram encontradas numa planta espinhosa com flores brancas chamadas Arabidopsis thaliana. Estudos anteriores promovidos pelo investigador da universidade Sheng-Yang He e por Bethany Huot mostraram que ondas de calor breves aumentaram o potencial de infeção pela bactéria Pseudomonas syringae.
Normalmente, quando este agente patogénico ataca, os níveis de ácido salicílico nas folhas de uma planta sobem sete vezes para evitar que as bactérias se espalhem. Mas quando as temperaturas sobem acima dos 30 graus celsius por apenas dois dias, as plantas já não conseguem produzir hormonas de defesa suficientes para impedir a infeção.
Por detrás deste efeito, os investigadores Danve Castroverde e Jonghum Kim identificaram o gene CBP60g como a célula que controlava os outros gentes que permitiram a produção do ácido salicílico. Outras experiências mostraram que, com o aumento da temperatura, o mecanismo celular que lê as instruções do gene CBP60g não se montava corretamente.
A equipa conseguiu mostrar que as plantas mutantes de Arabidopsis que tinham o seu gene CBP60g constantemente “ligado” conseguiram manter os seus níveis hormonais de defesa elevados e as bactérias à distância, mesmo sob stress térmico.
Em seguida, os investigadores encontraram uma maneira de criar plantas resilientes ao calor que ligavam o interruptor principal CBP60g apenas quando estamos sob ataque, e sem atordoar o seu crescimento.
Agora está a ser estudada a implementação da mesma estratégia noutras colheitas. Os primeiros testes na colza estão a mostrar os mesmos resultados promissores.