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Agricultura

Vida selvagem é impulsionada por práticas agrícolas a favor da natureza, diz estudo

Estudo: Vida selvagem é impulsionada por práticas agrícolas a favor da natureza iStock

As áreas onde os agricultores têm criado habitats propícios ao desenvolvimento da vida selvagem através de práticas agrícolas a favor da natureza, no Reino Unido, mostraram um aumento significativo de borboletas, abelhas, morcegos e aves reprodutoras, de acordo com um relatório anual do governo britânico.

Segundo a análise, as aves são dos principais beneficiários desta estratégia, particularmente aquelas que se alimentam maioritariamente de invertebrados, com uma média de 25% mais aves reprodutoras a serem encontradas em áreas com políticas agrícolas a favor da natureza.

 

Na Inglaterra, o Environment Land Management Scheme (ELMS) efetua pagamentos aos agricultores para ‘abrir espaço’ para a natureza nas suas áreas de cultivo, incentivando estes a deixar alguns arbustos crescerem ou semear flores silvestres nas margens dos campos para atrair pássaros e abelhas.

Com estas ações, os agricultores que aderiam ao programa, notaram a existência de mais vida selvagem nos seus cultivos. Assim, as áreas com altos níveis de políticas agrícolas a favor da natureza tinham, em média, 117 borboletas a mais (um aumento de 53%) e uma média de mais 12 espécies deste animal selvagem, em comparação com outras áreas que não aderiram a este tipo de ações.

 

Também o crescimento da população de insetos foi impulsionado pela implementação de políticas mais amigas da natureza, assim como algumas variedades de morcegos, adianta o relatório.

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Martin Lines, CEO da Nature Friendly Farming Network, Associação formada por agricultores que trabalham lado a lado com organizações e entidades públicas, afirmou, citado no The Guardian, que “as evidências do relatório da Natural England confirmam o que muitos agricultores amigos da natureza têm vindo a descobrir: fornecer habitats de boa qualidade, apoiados por dinheiro público, tem ajudado a impedir o declínio da natureza ou até mesmo revertê-lo e acreditamos que agricultores podem ajudar a reverter a decadência da natureza e da vida selvagem”.

 

O relatório também refere a necessidade de equilibrar a produção de alimentos com a redução das emissões de gases com efeito estufa (GEE), abrindo espaço para a vida selvagem. O responsável adverte ainda que “a terra está sob pressão para fornecer (entre outras coisas) alimentos, madeira e combustível, assim como impulsionar à mitigação das alterações climáticas e conservar a biodiversidade”.

Recentemente, os agricultores britânicos alertaram para o facto de estarem a sentir dificuldades em aderir ao Environment Land Management Scheme, pois afirmaram ter de reaproveitar áreas de cultivo anteriormente usadas para a produção de alimentos para impulsionar a vida selvagem, além disso, abordaram também a questão de enfrentarem pressões adicionais relativamente ao clima extremo e à inflação generalizada de preços.