O Governo classificou o Aproveitamento Hidroagrícola de Alqueva, no Alentejo, como obra de interesse nacional, tendo destacado a sua importância para o regadio e para o desenvolvimento económico da região.
A decisão, que consta de uma resolução do Conselho de Ministros, publicada ontem, dia 17 de fevereiro, em Diário da República, pretende reconhecer a relevância do projeto, assim como promover “uma transformação estrutural da agricultura na região”.
“As suas características únicas e a beneficiação de uma área tão expressiva tornam o Aproveitamento Hidroagrícola de Alqueva uma obra de interesse nacional, que promove uma profunda transformação das condições agrárias de uma vasta região”, lê-se no documento do Governo.
De acordo com o Executivo, esta classificação reforça a Estratégia ‘Água que Une’ e dá relevo à importância do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) na gestão dos recursos hídricos dos rios Guadiana e Sado.
“A importância do EFMA justificou um montante de investimento sem precedentes na infraestruturação de um regadio público, convertendo a vasta área de sequeiro do Alentejo numa zona com disponibilidades hídricas que têm vindo a possibilitar o desenvolvimento económico da região por via do regadio”, explica ainda o Governo de Luís Montenegro.

O projeto, gerido pela Empresa de Desenvolvimento de Infraestruturas do Alqueva (EDIA), é constituído pelas infraestruturas de captação, adução e distribuição, posicionadas a jusante da rede primária do EFMA, as quais constituem a rede secundária de rega, beneficiando uma área de aproximadamente 120 mil hectares distribuída por 12 concelhos e três distritos: Beja, Évora e Setúbal.
O documento refere ainda que os blocos de rega, num total de 25, estão distribuídos por três subsistemas: o de Alqueva, com origem de água na albufeira de Alqueva, beneficia 14 blocos de rega, o de Pedrógão, com origem de água na albufeira de Pedrógão, beneficia quatro blocos de rega e o do Ardila, com origem de água igualmente em Pedrógão, beneficia sete blocos de rega.
De acordo com o Executivo, a constituição de uma reserva estratégica de água na região do Alentejo “possibilita, para além da produção de energia hidroelétrica, do estabelecimento de condições favoráveis a uma alteração do modelo cultural na agricultura de sequeiro para regadio e do crescimento agroindustrial, o desenvolvimento estruturante de toda a área de influência do EFMA assente numa base económica, social e ambiental”.
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