Sim, temos menos agricultores, e sim, perdemos área. E mais: metade da SAU está ocupada com pastagens, a maioria sem qualquer melhoramento. A acrescentar a uma média de idade ainda muito elevada, 63 anos, e uma escolaridade reduzida (1º ciclo do ensino básico).
São as dores de crescimento de um país em desenvolvimento acelerado nos últimos 30 anos e numa grande parte moldado pela PAC. Somos menos, é certo, mas melhores. A prova é que 2% das explorações agrícolas gerem ¼ da área agrícola total. São empresas que exploram grandes áreas (12 vezes superior à média nacional), mas com muito profissionalismo e eficiência produtiva. Os seus proprietários são 12 anos mais novos que a média nacional e 40% destes gestores têm formação superior. No seu conjunto empregam 30.000 trabalhadores, que representam 2/3 da mão-de-obra assalariada com ocupação regular.
Os números têm de ser lidos com razoabilidade. Muita da área perdida de fruteiras e vinha refere-se a micro propriedades, em regimes altamente improdutivos. O que não quer dizer que o abandono não seja uma realidade e uma preocupação latente. E que o pais não tenha condições e, até, obrigação de produzir mais.
Os próximos anos vão ser decisivos para este ajustamento. Veremos o que nos traz a nova reforma da Política Agrícola Comum e de que forma vai evoluir o mercado, cada vez mais volátil nas principais matérias-primas.
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