A recente decisão do governo britânico de suspender o Incentivo à Agricultura Sustentável (SFI, sigla em inglês) tem gerado apreensão entre os agricultores ingleses, que temem não conseguir manter iniciativas de conservação da natureza e de redução da pegada de carbono sem o apoio financeiro anteriormente disponibilizado.
A medida, anunciada pelo Secretário de Estado do Meio Ambiente do Reino Unido, Steve Reed, antecede uma revisão orçamental prevista para junho, durante a qual tanto a estrutura do programa quanto o seu financiamento vão ser reavaliados.
Entre as alterações em análise, está a possibilidade de excluir grandes produtores agrícolas com rendimentos elevados da elegibilidade ao esquema.
O SFI integra um novo conjunto de apoios que substituem a antiga Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia (UE), com foco na compensação pelos serviços ambientais prestados pelos agricultores, como a proteção dos solos e da biodiversidade, em vez de subsidiar apenas a produção agrícola.
Com 70% do território inglês dedicado à agricultura, o apoio governamental tem sido essencial para que os agricultores implementem práticas benéficas para o ambiente, tais como o plantio de árvores e sebes, a criação de lagoas e a manutenção de faixas de terra com flores silvestres.

A decisão de temporariamente suspender o SFI ocorre simultaneamente com outras mudanças nas políticas agrícolas do país, incluindo cortes no orçamento destinado a práticas agrícolas favoráveis à natureza e planos para reduzir a área de culturas agrícolas em mais de 10% até 2050. Estas medidas têm já gerado críticas de grupos ambientais e representantes do setor agrícola, que alertam para possíveis impactos negativos na biodiversidade e na segurança alimentar do país.
O governo argumenta que a reformulação do SFI visa direcionar os recursos de forma mais eficaz, priorizando explorações agrícolas com menores rendimentos e maior potencial de impacto ambiental positivo. No entanto, agricultores e organizações do setor expressam preocupação com a falta de clareza sobre os critérios futuros e o impacto que estas mudanças podem trazer à sustentabilidade das práticas agrícolas em Inglaterra.