A segurança alimentar, a nutrição e a agricultura sustentável serão essenciais para alcançar, até 2030, o conjunto de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pelas Nações Unidas, segundo o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva.
“Temos uma tarefa enorme, que começa com o compromisso histórico de não só reduzir, mas também erradicar a pobreza e a fome de maneira sustentável”, referiu o responsável durante o seu discurso na Cimeira do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que decorreu esta semana em Nova Iorque.
Catorze dos 17 novos ODS adotados na Cimeira estão relacionados com a missão histórica da FAO, observou o Diretor da FAO. O segundo objetivo, que é “pôr fim à fome, assegurar a segurança alimentar e uma melhor nutrição e promover a agricultura sustentável”, deve ser “perseguido com urgência”, uma vez que um rápido progresso nessa frente é essencial para atingir outros objetivos, acrescentou. “Só podemos descansar quando atingirmos a meta Fome Zero”, defendeu.
Os ODS dão continuidade e expandem os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), estabelecidos em 2001 e que terminam este ano. O objetivo do ODM relativo à redução da fome foi atingido por mais de metade dos países monitorizados pela FAO, contudo, aproximadamente 800 milhões de pessoas continuam a sofrer de subnutrição crónica.
Para conseguir a erradicação do problema, a FAO acredita que será necessário promover um crescimento inclusivo e investimentos responsáveis que respondam às necessidades das faixas de população mais pobres.
“Precisamos de construir sistemas agrícolas e alimentares mais sustentáveis, que sejam mais resistentes ao stress e mais capazes de lidar e de responder aos impactos das alterações climáticas”, acrescentou.
O Diretor-Geral da FAO lembrou os líderes mundiais de que, nos próximos 15 anos, vai ser necessário um investimento adicional de 160 dólares por ano por pessoa que viva em situação de extrema pobreza, de modo a eliminar a fome.
“Isso representa menos de metade dos rendimentos mundiais em 2014. E é apenas uma pequena fração do custo que a fome e a malnutrição impõe às economias, sociedades e pessoas.”