A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) afirma que é necessário desenvolver os circuitos curtos de comercialização, “nomeadamente através das compras públicas à produção agrícola local de base familiar, situação para a qual a concretização efetiva do estatuto da agricultura familiar é essencial”.
Em comunicado, a CNA assinala também “com preocupação” a evolução das negociações da reforma PAC. A confederação considera que o governo português está a “querer forçar a sua conclusão durante a Presidência Portuguesa da União Europeia (até finais de junho), sem considerar propostas essenciais da agricultura familiar”.
A CNA afirma que “não pode aceitar que a voz da agricultura familiar não seja tida na devida conta na tomada de decisões políticas para o setor e para o mundo rural”.
Preocupações atuais
A CNA afirma, em comunicado, que “os produtores pecuários, sobretudo de pequenos ruminantes, passam por um segundo período de Páscoa, que representava uma época boa para comercialização, com grandes constrangimentos ao escoamento da produção”.
Estes produtos enfrentam preços à produção “cada vez mais baixos e os custos das rações disparam devido ao aumento do preço dos cereais nos mercados bolsistas”.
“Ainda neste sector, o apoio que é dado ao leite não chega às pequenas queijarias, situação que deve ser corrigida”, afirma a CNA, no comunicado.
Os prejuízos causados pelos animais selvagens são outras das preocupações que surgiram na reunião. Assim como os danos causados pela proliferação da vespa velutina. “Nesta matéria, revela-se que não tem sido eficaz ou suficiente o combate a esta espécie invasora e que, por isso, é necessário repensar e reforçar a estratégia a nível nacional, nomeadamente através da prevenção do aparecimento de novos ninhos”, afirma a CNA.

“Os preços da madeira na produção mantêm-se baixos, criando dificuldades aos pequenos e médios produtores e entraves à gestão ativa da floresta e à prevenção dos grandes incêndios florestais”, revela a CNA.
As preocupações também se cingem à falta de investimento no acesso à água de regadio.
Apelos
A CNA afirma que “assistimos a importações desnecessárias e a desequilíbrios na distribuição do valor pago pelos consumidores – com a grande distribuição a ficar com a maior fatia – e por isso exige-se uma rigorosa fiscalização e regulamentação desta atividade, para travar o fechar de portas constante das pequenas e médias explorações”.
Os agricultores pedem que o prazo de candidaturas ao Pedido Único, previsto para 30 de abril, seja prolongado. Desta forma, para “permitir a boa conclusão do processo”, face aos constrangimentos causados pela pandemia.
No Douro, “exige-se a concretização do processo eleitoral para a Casa do Douro, sem mais desculpas ou adiamentos”, nota a CNA.
Estas são algumas conclusões que saíram da reunião da assembleia geral no passado dia 28 de março, sobre a situação atual da agricultura familiar e do mundo rural.