Em declarações aos jornalistas, à margem da inauguração de um ‘mercado criativo’ em Abrantes, António Serrano desvalorizou as suspeitas alemãs por causa da bactéria E.coli descobertas em folhas de alface de um produtor hortícola na Baviera, tendo observado que as mesmas “não se fundamentam em qualquer evidência científica”.
O ministro criticou as autoridades alemãs tendo afirmado que “continua a haver uma irresponsabilidade muito grande” da sua parte, “avançando, de suspeição em suspeição, sem provas” concretas. “Até parece que o problema não está lá, na Alemanha, mas sim em outro país qualquer”, observou.
“É lamentável é que a Alemanha continue a deixar passar informação que não está devidamente validada do ponto de vista científico, que continue a provocar estragos na nossa agricultura quando precisamos é de restabelecer a confiança, sobretudo nos países onde não há nada a temer, como é o nosso caso”, continuou António Serrano, acrescentando que as “suspeições” têm originado “consequências económicas profundas”, em termos de prejuízos, aos agricultores portugueses.
O governante assegurou ainda que as autoridades nacionais continuam a fazer testes de despistagem aos produtos portugueses e aos bens de consumo importados de outros países da União Europeia, tendo assegurado que as análises deram “todas negativas” relativamente à bactéria E.coli.

Segundo disse à Lusa António Serrano, Portugal não está de acordo com o envelope financeiro aprovado pela Comissão Europeia para ajuda aos produtores prejudicados por esta situação, uma verba inicial de 150 milhões de euros que foi reforçada para 210 milhões, mas, assegurou, o nosso país iria dar o seu aval em Bruxelas ao regulamento proposto pela comissão que gere estas verbas.
“O envelope financeiro disponibilizado para toda a Europa é de 210 milhões e conta ainda com um apoio de 50% face aos preços médios dos últimos quatro anos. Apesar de não concordarmos com o montante vamos continuar a monitorizar o problema para que estas verbas possam ser reforçadas tendo em conta a gravidade dos prejuízos”, concluiu.
Deste orçamento sairão as indemnizações a pagar aos produtores de tomate, pepino, alface e curgete, cuja produção tenha sido retirada do mercado depois de 26 de maio.
De agora até 22 de julho os onze Estados membros afetados pela crise poderão apresentar os volumes retirados do mercado. Por isso, só depois dessa data se saberão os montantes das indemnizações.