A Câmara de Penacova vai reforçar o combate à vespa velutina, também conhecida como vespa asiática, com a instalação de 400 armadilhas com “atrativo açucarado”. O anúncio foi feito à agência Lusa, numa nota enviada pela autarquia.
Segundo o presidente da autarquia, Humberto Oliveira, a instalação das armadilhas faz parte da “estratégia de combate à vespa velutina definida no âmbito do SMPC”, que ficará responsável pela sua manutenção, substituição do atrativo e recolha do mesmo, por forma a “prevenir a proliferação de plásticos indesejados no território”.
“É nossa firme convicção que a constituição de uma equipa para combater especificamente esta problemática, nos permitiu recolher e tratar dados de que não dispúnhamos anteriormente e que hoje são determinantes para que possamos perceber a dimensão desta praga e para que, efetivamente, possamos combatê-la com uma estratégia bem definida e planeada”, refere Humberto Oliveira, citado pela Câmara.
Em 2019, o município tinha criado uma equipa multidisciplinar dedicada exclusivamente à vigilância e controlo da vespa asiática no concelho, com o objetivo de trabalhar de perto com os apicultores e ajudar a suprir as suas dificuldades.
No plano de ação concebido para 2020 prevê-se a “produção de armadilhas destinadas a oferta aos apicultores do concelho, ficando estes responsáveis pela sua manutenção e posterior recolha para reciclagem”, acrescenta a autarquia.
O presidente da câmara alertou, contudo, que “este trabalho, só faz sentido, se a população e, em particular, os apicultores, reforçarem a rede de armadilhas, bem como a vigilância em relação ao aparecimento, nesta época, de ninhos primários e a partir de junho/julho, para o aparecimento de ninhos secundários” e apela aos munícipes para reportarem Junta de Freguesia ou à Câmara no caso de identificarem ninhos de vespas velutina.
A vespa asiática foi identificada na região norte de Portugal em 2011 e distingue-se da vespa crabro (europeia) pela coloração do abdómen, que é predominantemente de cor preta, ao contrário da europeia, predominantemente amarela.
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas tem alertado para as consequências da presença desta espécie, que tem causado prejuízos aos apiculturores, uma vez que se trata de uma espécie carnívora e predadora das abelhas. A Câmara da Póvoa de Lanhoso, por exemplo, destruiu 226 ninhos desta espécie entre maio e dezembro do ano passado.