A ministra da agricultura destacou que, com o reforço de 54% avaliado pelo executivo comunitário, as ajudas ao setor do leite “no conjunto dos dois anos atingiram à partida seis milhões de euros”, podem vir agora a chegar aos nove milhões, e lembra que Portugal se batia há algum tempo por medidas que permitissem ajudar os produtores face às “dificuldades extremas que o setor do leite enfrenta em Portugal, devido ao aumento dos custos de produção”.
Assunção Cristas admitiu que, apesar de esta ser uma notícia positiva, estes nove milhões de euros não resolvem os problemas motivados pela seca, explicando que “não corresponde a todas as necessidades, mas ajuda a responder a uma parte das necessidades. Há questões estruturais que têm a ver com a produção do leite, que nós estamos a trabalhar, mas no curto prazo e para ajudar a resolver o problema financeiro muito real que estão a viver os produtores de leite, esta medida é aquela que pode chegar e pode dar uma ajuda”.
Em resposta a esta notícia, a APROLEP considerou positivo o apoio aos produtores de leite, reforçando a ideia de que “infelizmente, esta ajuda extraordinária, que representa o reconhecimento das dificuldades dos produtores pelo poder político, é insuficiente para fazer face aos aumentos dos custos de produção e baixado preço do leite ao produtor” e acrescenta “seis milhões de euros em dois anos representam meio cêntimo por litro (pago em dois anos), quando a ração subiu mais de dez cêntimos e o preço do leite ao produtor em Portugal desceu cerca de 3,5 cêntimos desde janeiro, mantendo-se desde maio do ano 2010 abaixo da média comunitária”.
A APROLEP considera que no âmbito da Plataforma de Acompanhamento das Relações da Cadeira Agroalimentar (PARCA) deva surgir um mercado mais equilibrado, “precisamos de mudanças positivas nos vários atores da fileira para construir pontes em vez de muros” e acrescenta, “todos os meses crescem as dívidas aos nossos fornecedores. Todas as semanas há vacarias que fecham. Todos os dias aumenta a revolta dos produtores de leite que resistem, dos seus familiares e colaboradores. Por nós, por eles, não vamos desistir de lutar, de todas as formas possíveis, pela sobrevivência deste setor”.