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Uso de drones vai tornar-se usual no acompanhamento da cultura do milho

Uso de drones vai tornar-se usual no acompanhamento da cultura do milho

A Syngenta realizou no passado dia 5 de março as jornadas técnicas ‘Maneio e Otimização da Cultura do Milho’ em parceria com a Cooperativa Agrícola de Vila do Conde, e em que trouxe um dos maiores especialistas na cultura do milho.

Albert Porte-Laborde foi o orador convidado para falar dos avanços tecnológicos na gestão da cultura e defendeu que “o uso de drones vai tornar-se usual no acompanhamento da cultura do milho, incidindo em diversas áreas: controlo da densidade de sementeira desde as 4-5 folhas; gestão do controlo de infestantes, sejam elas gramíneas ou dicotiledóneas; avaliação do estado fitossanitário da planta às 10 folhas; gestão e acompanhamento da rega; gestão das doses de azoto; determinação da data ideal da colheita do milho silagem face à maturidade fisiológica da cultura. Todos estas variáveis poderão ser perfeitamente medidas através de imagem aérea, garantindo uma precisão bem mais fina do que a do olho bem treinado do melhor dos técnicos. Por enquanto, estamos a estudar estas áreas de aplicação, mas creio que será possível utilizar a tecnologia muito em breve.”

Porte-Laborde, consultor e formador na área do milho, explicou em entrevista à Syngenta que para obter rendimento, os agricultores portugueses devem lembrar-se que “em primeiro lugar, é preciso não esquecer que quando o trator e o semeador saem do terreno o potencial máximo de rendimento está definido, a partir daqui só poderemos perdê-lo, porque as condições climatéricas são desfavoráveis, demasiado frio, demasiada chuva, dias muito quentes, porque a cultura é atacada por pragas, porque a irrigação ou a fertilização se atrasaram alguns dias, porque as infestantes foram controladas tardiamente ou porque a dose aplicada não foi a mais correta. Na minha opinião, a qualidade da sementeira é essencial, a manutenção de uma máxima homogeneidade planta a planta é a garantia de um bom rendimento da cultura.”

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O especialista explicou ainda que, com uma sementeira de qualidade todas plantas nascem no mesmo dia e todos os mesocótilos são de comprimento idêntico, meta que pode ser atingida. “Não é uma meta utópica! Felizmente muito agricultores conseguem lá chegar. Este objetivo põe em evidência todo o cuidado necessário na preparação da cama de sementeira e na própria sementeira. A sementeira deve ser lenta! As sementeiras rápidas são mais irregulares no que respeita à distribuição das sementes e heterogéneas em profundidade…qualquer que seja o semeador utilizado. 90 000 sementes/hectare, a 6 km/h, com uma distância de 75 cm na entrelinha correspondem a cerca de 12 grãos por segundo em cada linha do semeador, permitindo uma sementeira perfeita. Acima desta velocidade de trabalho é necessário estar bem mais atento à regulação, à qualidade da preparação do solo, à proteção contra insetos e infestantes.”

Quanto à estratégia na aplicação de herbicidas na cultura do milho, Porte-Laborde defende que “está provado que os tratamentos de pré-emergência contra as infestantes permitem obter melhores rendimentos. Destruí-las antes que se tornem visíveis é uma regra de ouro, por duas razões: primeiro porque as infestantes mesmo muito jovens tornam-se rapidamente concorrentes do milho na busca por água e azoto, e mais tarde, a partir das 5-6 folhas, começam também a competir pela luz solar. A segunda razão é que, por vezes, a planta de milho tem dificuldade em degradar os tratamentos à base de sulfonilureias usados no combate às gramíneas, sobretudo com temperaturas acima dos 25ºC, tempo seco, amplitude térmica dia-noite superior a 20ºC, e sobretudo se a dose de herbicida for elevada e tiver sido aplicada numa fase avançada de desenvolvimento do milho (mais de 8 folhas).”