A DAI anunciou na passada semana que colocou 90 trabalhadores da sua unidade de refinação de açúcar em ‘lay off’. A justificar a paralisação estarão perdas de cerca de 25 milhões de euros, de acordo com o Jornal de Negócios.
Francisco Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Coruche, onde se situa a unidade de produção, já solicitou uma audiência com Capoulas Santos, ministro da Agricultura, onde pedirá um “acompanhamento próximo para que não se arraste” a reconversão da fábrica para a produção de açúcar a partir de beterraba sacarina e para que se retome a atividade suspensa há cerca de um ano.
A empresa terá avançado com o ‘lay off’ de forma a evitar o despedimento dos seus colaboradores, enquanto aguarda por investimento para reconverter a unidade de produção. De acordo com Francisco Oliveira, citado pelo Jornal de Negócios, a reconversão da fábrica pode vir a gerar um aumento no número de postos de trabalho, mas também pode representar “uma grande oportunidade” para os agricultores da região e do país.

Criada em 1993, a DAI nasceu com o objetivo de produzir açúcar a partir de beterraba sacarina, produção que diminuiu quando em 2007 lhe foi reduzida a quota de produção no âmbito de medidas adotadas pela Comissão Europeia para reduzir a produção de açúcar. Depois de negociar com Bruxelas, “a DAI conseguiu que lhe fosse atribuída uma quota de 65 000 toneladas por ano para refinação de açúcar de cana para assegurar a continuidade da unidade”, conta o Jornal de Negócios.
Ainda assim, e depois de um investimento de 12 milhões de euros, a empresa tem-se visto a braços com algumas dificuldades em obter cana-de-açúcar “a preço competitivo e proporcional com o nível interno”, o que terá conduzido a empresa para a situação atual.