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Vinha

Syngenta e DRAPC organizam dia de campo na Bairrada

Syngenta e DRAPC organizam dia de campo na Bairrada

A Syngenta e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro realizaram um dia de campo na Anadia. O objetivo foi alertar os viticultores para as operações culturais essenciais na fase de desenvolvimento da vinha e para a correta proteção da cultura.

O evento decorreu na Estação Vitivinícola da Bairrada e juntou cerca de 30 viticultores e técnicos desta região que tiveram acesso a informação sobre a condução e a proteção da cultura.

De acordo com a Syngenta, Madalena Neves, técnica da DRAPC, fez um ponto de situação sobre as pragas e doenças que estão a afetar as vinhas da Bairrada e recomendou medidas profiláticas e de controlo. “A partir do início do 2º decêndio (período de tempo que corresponde a dez dias) de junho, embora com as temperaturas elevadas que se têm feito sentir, começaram a surgir os primeiros focos de podridão cinzenta nos cachos, alertando-se para a necessidade de implementar medidas que promovam o arejamento da zona de frutificação. Na fase de desenvolvimento em que a vinha se encontra, em conjugação com os fatores climáticos, em especial a humidade, será também de estar atento à instalação e desenvolvimento do oídio nos cachos.”

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No que se refere às pragas, Madalena Neves explicou que “teve início o 2º voo da traça da uva”, recomendando a realização de tratamento mediante avaliação da intensidade de ataque ao nível da parcela. Quanto às cochonilhas, que se encontram em início de eclosão na Bairrada, recomendou a realização de tratamentos localizados, apenas nas videiras atacadas, como forma de limitar a sua disseminação pela parcela.

César Almeida, técnico da DRAPC e especialista em questões de vinha, alertou para as operações culturais a realizar neste período do ano – a desfolha e a desponta – e recordou alguns conceitos. “A desfolha é importante para arejar o cacho e permitir que os produtos fitofarmacêuticos atinjam diretamente o alvo pretendido nesta fase – o cacho -, uma vez que após a fase do pintor a sistemia da planta deixa de funcionar. No entanto, é importante não retirar folhas a mais para evitar queimaduras dos cachos e para não retardar a cinética de maturação dos bagos.” César Almeida lembrou também que a desfolha correta é feita paulatinamente, retirando por dia e em cada lançamento com cachos dois folhas no lado onde o sol matinal incide e eliminando as folhas amarelas do interior da copa, mas preservando as folhas mais velhas da parte inferior da videira.

No que se refere à desponta, é uma operação que deve ser realizada quando a videira chega ao último arame e começa a tombar para o meio da linha. “A folha jovem fica exposta ao sol e trabalha para o seu próprio crescimento vegetativo, mas está a ensombrar as folhas mais velhas, essenciais ao processo fotossintético da videira. É nessa altura que devem ser retiradas as extremidades dos lançamentos, dando lugar à emissão de netas, que vão permitir uma renovação da massa foliar da videira.”