A Syngenta apresentou no passado dia 31 de maio, em Torres Vedras, uma nova solução para o controlo das principais doenças pós-colheita em pera e maçã, o Geoxe. De acordo com a empresa, o novo fungicida “promete revolucionar a forma como as centrais gerem a conservação da fruta”.
Durante a apresentação da nova solução da Syngenta, houve também lugar para apresentações sobre o controlo de doenças em fruta. O investigador do Instituto Superior de Agronomia, Domingos Almeida, foi um dos oradores presentes e revelou dados sobre os potenciais prejuízos das doenças de conservação em peras e maçãs, indicando que podem ocorrer perdas entre 20% a 60%, sem um tratamento fungicida adequado.
“Tradicionalmente as estratégias de controlo estavam focadas na central fruteira, mas as tendências atuais apontam para uma atuação que deve iniciar-se mais precocemente, ou seja, no pomar, antes da colheita. É necessária uma abordagem integrada aos meios de luta usados no controlo das doenças de conservação e uma atenção muito particular ao ‘último quilómetro’”, afirmou o investigador.
Também a Granfer partilhou a sua experiência de um ano de ensaios com Geoxe, realizados em três pomares de pereira Rocha na região Oeste. Segundo Cristina Rosa, Responsável Técnica de Produção da Granfer, há vários anos que a empresa adotou uma estratégia de controlo das doenças de conservação da fruta em pré-colheita, com vantagens face à aplicação exclusiva dos fungicidas em drancher: “redução do inóculo à colheita; maior facilidade de aplicação do tratamento no pomar; diminuição do impacto ambiental resultante das águas residuais usadas na central e redução dos custos com o tratamento.”
O Geoxe está homologado para controlo das podridões de conservação em pera e maçã causadas por Gloesporium spp. e Penicillium expansum, e recentemente, o COTHN solicitou autorização extraordinária do Geoxe por 120 dias para controlo das doenças de conservação em pessegueiro e também pediu a sua homologação para ameixeira e cerejeira, através da figura dos Usos Menores, aguardando-se a resposta dos serviços oficiais aos pedidos.
Segundo a Syngenta, “o Geoxe é indicado para tratamento dos frutos antes da colheita, visando protege-los da primeira infeção que pode ocorrer no campo. Estão autorizadas no máximo duas aplicações, via foliar, por campanha, que devem ser realizadas até 3 a 10 dias antes da colheita. A dose recomendada é de 450g/hectare.”
Exportações nacionais de fruta cresceram 13% nos últimos anos
Ana Menezes, responsável de Relações Internacionais do Gabinete de Políticas e Planeamento, foi uma das profissionais presentes na apresentação da Syngenta e revelou que existem boas perspetivas em relação à abertura de novos mercados para as exportações de fruta portuguesa, com mercados como a Colômbia, que deverá comprar peras e maçãs ao país pela primeira vez este ano. De acordo com a responsável, as exportações de fruta nacional aumentaram 13% nos últimos 15 anos, representando 23% do valor das exportações do conjunto “frutas, legumes e flores”, que totalizou 1,2 mil milhões de euros em 2015.