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Pecuária

Lactogal e Unileite anunciam aumento do preço do leite pago ao produtor

preço leite

O grupo Lactogal, detentor de marcas como a Agros e a Mimosa, assim como a Unileite, detentora da Nova Açores, revelaram que vão aumentar o preço pago por litro de leite aos produtores a partir de outubro. O aumento vai ser de 1,5 cêntimos e de um cêntimo, respetivamente.

“Ciente do atual contexto económico, que tem afetado de forma bastante adversa a economia das explorações leiteiras em Portugal, o grupo Lactogal decidiu aumentar em 1,5 cêntimos o valor pago por litro às três uniões cooperativas a quem compra, em exclusivo, a sua matéria-prima”, avançou, em comunicado.

 

O grupo notou que, desde o início da pandemia, os operadores têm suportado um “elevado aumento” dos custos de exploração, acrescentando que, apesar da diminuição de produtos lácteos em Portugal, a Lactogal “tem feito um inequívoco esforço de valorização da produção leiteira”. Em causa está um plano de investimentos tecnológicos de cerca de seis milhões de euros por ano, desde 2016, para preparar o período a seguir ao fim do regime de quotas, revela a Lusa.

Segundo o operador, este plano tem permitido suportar as exportações que, na média dos últimos cinco anos, representam sensivelmente 27,6% do volume de negócios.

 

Por sua vez, o Conselho de Administração da Unileite, em comunicado enviado às redações e divulgado pelo Açoriano Oriental, assume que “o foco tem sido valorizar os produtos, de modo a melhor remunerar os seus associados e para isso, foi necessário reorganizar e reajustar toda a estrutura, definindo um plano estratégico ao nível da fábrica, ao nível financeiro e ao nível comercial”.

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A estratégia delineada “começa a apresentar resultados, permitindo, assim, poder dar o passo no sentido de valorizar o leite pago junto dos seus produtores”, explica a Unileite.

Reação da APROLEP

 

A Associação de Produtores de Leite de Portugal (APROLEP) considerou “positivo” o aumento do preço do leite anunciado. A associação desafia as restantes indústrias e distribuição a acompanhar e subir o preço em 6 cêntimos.

“São decisões no bom sentido, apesar de chegarem muito atrasados e serem insuficientes face ao aumento brutal do custo das rações que os produtores suportam desde o início de 2021 e face ao aumento do custo da eletricidade que começam agora a suportar”, afirma a APROLEP, em comunicado.

 

Os produtores concluem a comunicação afirmando que continuam “à espera de uma resposta pública e efetiva das cadeias de distribuição, pois estamos convictos de que sem a sua colaboração não será possível atualizar o preço ao produtor para os valores que referimos”.