Um plano governamental extraordinário de apoio à fileira do vinho foi considerado “urgente e imperioso” pela Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE).
Em comunicado, a associação explica que o aumento continuado dos preços das matérias-primas, dos materiais de engarrafamento, dos transportes e dos custos em geral, está a levar inúmeros pequenos e médios produtores de vinho à beira da falência.
Por exemplo, o gasóleo agrícola subiu de 0,83 euros para quase 1,80 euros ao litro. Destaca-se ainda o aumento do preço das caixas de cartão em 125%, das garrafas em 50% e dos rótulos também 50%. As rolhas aumentaram o preço em 20%. As cápsulas 30%.

“Todos os fornecedores debitam agora aos produtores o transporte dos materiais, que antes estava incluído nos preços. E passaram a exigir aos pequenos e médios produtores o pagamento contra entrega, não concedendo prazos, como antes acontecia. Por outro lado, continuam a verificar-se enormes problemas no abastecimento dos materiais de engarrafamento, sobretudo do vidro e do cartão”, denuncia a ANCEVE.
Outros problemas passam pelo aumento do custo dos transportes, assim como a escassez de mão-de-obra. “A legislação continua a estar desadaptada à realidade, sem qualquer flexibilidade. Como exemplo, se um trabalhador com salário mínimo aceitar por hipótese trabalhar aos sábados, para tentar aumentar a sua remuneração, acaba por receber menos dinheiro no final do mês, pois a subida automática de escalão prejudica-o de forma drástica”, explica.
“Os produtores apenas conseguiram subir os seus preços de venda em cerca de 10%, pelo que a esmagadora maioria irá apresentar enormes prejuízos no final do ano”, conclui.