No próximo domingo (6 de março),vários produtores de leite vão reunir-se à porta do Centro Comercial Vasco da Gama numa nova ação de marketing direto. O objetivo? Abordar os consumidores portugueses e promover o leite, os produtos lácteos e todos os produtos agrícolas nacionais.
“Como temos vindo a denunciar, a situação dos produtores de leite agrava-se a cada dia que passa, devido à manutenção de preços ao produtor claramente abaixo dos custos de produção, o que provoca atrasos de pagamento a fornecedores e aumento das dívidas junto do banco. Muitos produtores estão agora a abater animais para reduzir drasticamente a produção, porque a indústria que lhes transforma o leite não consegue exportar nem vender no mercado interno”, explica a APROLEP – Associação dos Produtores de Leite de Portugal numa nota enviada às redações.
“Temos de lembrar, até que a voz nos doa, que somos obrigados a reduzir a produção e vender leite ao desbarato enquanto Portugal importa quase 500 milhões de euros em produtos lácteos, dos quais 300 milhões em queijos e iogurtes. Daí o nosso apelo a consumidores e superfícies comerciais para a substituição das importações de sobras de leite da Europa por leite e produtos lácteos nacionais”, acrescenta.
A associação apela também ao setor da hotelaria, restauração e cafetarias, “para resistirem à tentação de utilizarem queijos ou sucedâneos de queijo importados na elaboração de sandes, tostas mistas e todo o tipo de alimentos confecionados. Pedimos aos consumidores que exijam produto nacional, com o símbolo (PT), na manteiga e outro tipo de entradas servidas nos restaurantes.”
As ações de marketing direto que a APROLEP tem vindo a realizar só irão parar, segundo a associação, quando o Governo fizer “alguma coisa de concreto para defender a produção nacional, na identificação da origem dos produtos lácteos vendidos em Portugal, no esclarecimento dos consumidores sobre as qualidades nutritivas do leite, na ação diplomática em Bruxelas (para regular o mercado desregulado pelo fim das quotas e resolver a crise com a Rússia) e na ação diplomática no resto do mundo mobilizando as embaixadas portuguesas para ajudar à exportação dos produtos lácteos portugueses. Precisamos também aí de uma atitude cada vez mais dinâmica da indústria nacional na promoção do leite, na investigação e desenvolvimento de produtos lácteos de valor acrescentado. Sem uma ação rápida do Governo, da Indústria e Distribuição não será possível acudir à agonia atual da produção de leite português.”