Para o mercado vão apenas 860 garrafas de um vinho no mínimo diferente, que o enólogo da Companhia, Jorge Moreira, descreve como “muito interessante, com estrutura e gordura, a fazer lembrar um Riesling”. É diferente de tudo o que já tive oportunidade de trabalhar no Douro”, afirma.
O Samarrinho foi apresentado à imprensa na passada sexta-feira, no restaurante Bistro 100 maneiras, onde foram revisitados o Arinto e Rufete, também do projeto Séries.
Com 13,5 graus de álcool e a um preço recomendado de 14€, a má notícia é que este Samarrinho não vai repetir-se tão cedo. “É que material recolhido para este processo entrou em fase degenerativa, com ocorrência de desavinho, e em 2014 não tivemos produção”, revela o presidente da Real, Pedro Silva Reis. Isto não significa que a empresa vá desistir da casta, mas sim que o processo de recuperação vai ser mais longo do que o previsto, ”uma vez que a opção agora é fazer seleção clonal, ou seja, ainda vamos ter de implantar a vinha, fazer a multiplicação e só depois conseguir chegar à plena produção”.
O Samarrinho vem no sucesso de outras duas castas que a empresa recuperou recentemente, o Rufete e a Tinta Francisca, mas “faltava-nos uma casta branca carismática no Douro”, refere Pedro Silva Reis, que explica que o Viosinho, por exemplo, “não produz um vinho de categoria internacional, por isso vamos ‘adotar’ o Samarrinho e reclamá-la, uma casta que revela uma mineralidade e um perfil aromático que está a ter muito interesse no mercado e junto da crítica”. Sob o ponto de vista da viticultura, este gestor dá alguns dados: “vigorosa, de ciclo médio, porte ereto, cacho de tamanho médio, com uma produção mediana, mas ainda assim generosa”.