A agricultura foi um tema ‘quente’ no período que antecedeu as eleições para o Parlamento Europeu (PE), com os partidos a prometerem melhores salários para os agricultores, uma postura mais rígida relativamente ao comércio e menos burocracia nos subsídios.
De acordo com o site Euractiv, o Partido Popular Europeu (PPE), da centro-direita, afirmou-se como o “partido dos agricultores”, e a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, reacendeu o seu interesse pela agricultura quando o seu mandato estava perto de terminar.
No entanto, e segundo a autora do artigo, à medida que o brilho eleitoral desapareceu e os protestos dos agricultores se tornaram uma ‘mancha’ na Europa, o entusiasmo europeu pela agricultura parece estar a fraquejar.
“O sinal mais claro? Quase não parece haver competição – muito menos rivalidade – entre os Estados-membros pela pasta da agricultura na CE. Na verdade, apenas um candidato manifestou interesse no papel”, explica a autora.
Desta forma, a questão de quem – “provavelmente um homem”, avança a autora – substituirá o polaco Janusz Wojciechowski como responsável pela agricultura permanece em aberto.
“Até agora, a maioria dos Estados-membros da UE está a lutar pelas pastas da economia e finanças, enquanto a agricultura caiu para o final da lista de prioridades”, frisa o Euractiv.
O processo de nomeação está agora a meio, e mais de metade dos 27 Estados-Membros da União Europeia (UE) já anunciaram os seus candidatos, estando agora as atenções a virarem-se para a atribuição das pastas.
Nas últimas três décadas, a tarefa foi confiada a países como a Áustria, a Dinamarca, a Irlanda, a Letónia, o Luxemburgo, a Polónia e a Roménia.
Quem são os principais candidatos à pasta europeia da agricultura?
De acordo com a autora, Portugal, Irlanda e Áustria nomearam candidatos e destacaram-se como interessados no cargo, no entanto, o artigo refere serem sugestões “com pouca ou nenhuma experiência no setor agrícola, deixando as opções escassas e em aberto”.
O artigo do Euractiv avança ainda que o candidato escolhido provavelmente será um membro do PPE, reduzindo assim as escolhas a Christophe Hansen, do Luxemburgo, e Wopke Hoekstra, da Holanda, “embora este último seja menos provável”, explica.
Apesar disso, há pontos a favor, pois “a experiência de Hoekstra, como comissário do clima, pode ser útil para o papel da agricultura. Além disso, a agricultura é também central para a agenda política do governo holandês”, esclarece a autora.
Por outro lado, Christophe Hansen – escolhido pelo primeiro-ministro do Luxemburgo como candidato – é, até ao momento, o único que expressou preferência pela pasta da agricultura.
“Alguns nos círculos agrícolas da UE acham isto estranho, dado o modesto setor agrícola de Luxemburgo. No entanto, Hansen lidou com algumas questões relacionadas com a agricultura como membro de comités internacionais de comércio e meio ambiente do Parlamento Europeu, incluindo os planos estratégicos nacionais da Política Agrícola Comum (PAC) reformulada”, indica o artigo.
Na ótica da autora, se Hansen assumir o cargo, a sua abordagem da política agrícola poderá estar alinhada com a tendência atual de menos centralização, permitindo mais flexibilidade aos Estados-membros.