O projeto OrangeBee, desenvolvido por duas alunas da Universidade de Aveiro, foi o grande vencedor da Ecotrophelia Europe, a maior competição europeia de eco-inovação alimentar, que desafia estudantes do ensino superior a desenvolverem produtos inovadores e sustentáveis para o setor agroalimentar.
Bárbara Vitoriano e Adelaide Olim, alunas do mestrado em Biotecnologia Alimentar e Design da Universidade de Aveiro, respetivamente, e vencedoras da competição criaram o projeto OrangeBee: um preparado fermentado de aquafaba (água que resulta da cozedura de leguminosas) com uma camada de geleia de laranja, polvilhado com pólen apícola.
Este produto alimentar, que pode ser utilizado, por exemplo, como sobremesa, e reutiliza resíduos habitualmente desprezados pela indústria alimentar, foi premiado pelo júri europeu, liderado pela multinacional Nestlé.
Christoph Hartmann, head of Academic Alliances na Nestlé, explicou que “o produto OrangeBee tem um design bastante apelativo, muita qualidade e uma proposta de valor elevada”, frisando o facto de ser “um excelente contributo para o futuro da inovação alimentar”.
Em comunicado, as vencedoras reconhecem que a “sendo a luta contra o desperdício um pilar central das políticas de sustentabilidade, pareceu-nos que o desenvolvimento de um produto alimentar com base em aquafaba, yacon e cascas de laranja polvilhado com pólen apícola, vegetariano, sem glúten nem lactose iria notoriamente ao encontro das crescentes preocupações dos consumidores e das tendências deste setor”.
OrangeBee foi o projeto eco-inovador que representou Portugal entre os 13 países em competição e as 14 universidades europeias presentes. Os projetos desenvolvidos pelas equipas de estudantes da Grécia e da Islândia garantiram o segundo e terceiro lugar no pódio, com os projetos Olive (gressinos à base de azeite e com diferentes recheios de vegetais e frutos gregos) e Frosti (uma solução de flocos de skyr sem lactose), respetivamente.
É a quarta vez que Portugal participa na iniciativa Ecotrophelia Europe, cuja edição portuguesa é, desde 2017, dinamizada pela PortugalFoods.
Deolinda Silva, diretora executiva da PortugalFoods, refere que “a distinção europeia deste projeto português não nos podia encher de mais orgulho”, acrescentando que “este prémio é também o reconhecimento do esforço que o setor tem feito no sentido de se aproximar das universidades e dos centros de conhecimento e inovação”.