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Agricultura

Investigadores defendem deteção precoce para a erradicação da Xylella fastidiosa

32 focos de Xylella fastidiosa detetados em Gaia

Um estudo científico publicado na revista Nature Plants em julho deste ano defendia que as imagens aéreas recolhidas com drones e aviões podem ajudar a identificar a presença de Xylella fastidiosa ainda antes de surgirem os primeiros sintomas da bactéria nas plantas afetadas. Este e outros estudos estiveram em debate durante o ‘Encontro Internacional Xylella fastidiosa: uma ameaça imprevisível? Avanços técnicos e científicos para o controlo das doenças’, que decorreu em Valência.

De acordo com a publicação espanhola Agroinformacion.com, durante o evento, os profissionais do setor concordaram que a deteção precoce da praga é a única forma de erradicá-la.

 

Juan Antonio Navas-Cortés, especialista em Epidemiologia e Controlo de Doenças, partilhou as conclusões de um estudo de consórcio internacional que demonstrou que as imagens aéreas híper-espectrais e térmicas revelam mudanças nas características funcionais da planta relacionadas com a infeção de Xylella fastidiosa no olival antes e depois dos sintomas serem visíveis.

De acordo com o investigador, “este trabalho demonstra o potencial de teledeteção como nova forma de vigilância para a deteção precoce e pré-visual de doenças emergentes em plantas. A metodologia apresentada permite a sua generalização e transferência a outras espécies de plantas ou doenças”.

 

Já José Blasco-Ivars, do Centro de Agro-engenharia IVIA, aproveitou o evento para apresentar um pequeno robot de campo que pretende ser uma solução para a deteção da doença – o XF-ROVIM. Para além de possuir controlo remoto, este robot está equipado com vários sensores de deteção proximal que podem captar de forma geolocalizada informação térmica, espectral e estrutural de plantas.

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Agricultores espanhóis vão a Bruxelas exigir cessação do plano de erradicação da doença

 

Já esta segunda-feira os representantes da Associação Agrária dos Jovens Agricultores de Alicante (ASAJA Alicante) e da Plataforma dos Afetados pela Xylella fastidiosa rumaram a Bruxelas para exigir que a Comissão Europeia determine a cessação imediata do Plano de Erradicação da Xylella aplicado pelo Conselho de Agricultura espanhol e que recentemente determinou a destruição de cerca de 72 mil amendoeiras no país.

De acordo com os responsáveis destas organizações, existem indícios de “graves irregularidades e incumprimentos” por parte da Administração espanhol como não arrancar muitas das plantas pela raíz.

 

Para o Presidente da ASAJA Alicante, Eladio Aniorte, é preciso usar “todos os meios possíveis e humanos para que o Conselho de Agricultura chegue à razão e não cometa danos irreparáveis sobre o meio ambiente, a paisagem, o turismo e a economia local”.

Conheça aqui todos os programas de investigação em marcha na União Europeia para a erradicação da Xylella fastidiosa e saiba como tem evoluído a doença na Europa nos últimos anos.