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Agricultura

Qual o estado atual da produção de amêndoa em Portugal?

Qual o estado atual da produção de amêndoa em Portugal? iStock

A Portugal Nuts, em colaboração com o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS) publicou a segunda edição do “PortugAlmond Info”, que divulga a mais recente informação sobre o ciclo da cultura da amêndoa nas regiões produtivas mais importantes do país: Trás-os-Montes, Beira Interior, Ribatejo, Alentejo e Algarve.

A análise teve por base informações recolhidas junto dos associados das organizações do setor e realizou-se na fase de fim de floração das culturas.

 

No geral, o boletim avança que, comparativamente com a média das últimas campanhas, a região de Trás-os-Montes regista uma descida no potencial de produção. Já a Beira Interior mantém-se estável e o Ribatejo, o Alentejo e o Algarve registaram uma subida no potencial de produção.

Relativamente ao estado geral de desenvolvimento das culturas, o boletim refere que, seguida de uma abundante floração, registaram-se períodos de baixas temperaturas, instabilidade, ventos fortes e intensa precipitação que “interferiram com esta fase de desenvolvimento vegetativo e também com o desempenho dos polinizadores naturais e introduzidos, tanto nas variedades auto incompatíveis como nas autoférteis”.

 

Trás-os-Montes
Nesta região, de acordo com o relatório, a floração começou cerca de 15 dias mais cedo do que no ano passado, “deixando as amendoeiras suscetíveis durante um período mais longo à geada e a alguns problemas a nível de vingamento dos frutos”.

Foram registadas horas de frio suficientes e adequadas para o desenvolvimento/produção da amêndoa, no entanto, a queda de neve, a chuva intensa e as temperaturas baixas “afetaram parcialmente a floração”.

 

Beira Interior

Segundo o “PortugAlmond Info”, o período foi “notoriamente marcado pela instabilidade meteorológica”, registando-se importantes inversões térmicas, chuvas abundantes e alguns episódios de vento forte.

 

Isto levou a que, na maioria das variedades, se registasse “um rápido despoletar do ciclo reprodutivo e vegetativo, que acabou por culminar num elevado escalonamento de fenologia”, salienta o boletim da Portugal Nuts.

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Desta forma, o relatório afirma que, no geral, “o potencial produtivo verificado era promissor, contudo, atendendo às condições de precipitação e ventos fortes verificados, as produtividades poderão, em alguns casos, ficar abaixo do esperado”.

Ribatejo
No que toca à região ribatejana, durante a floração registaram-se oscilações significativas das temperaturas, a que se juntaram episódios de chuva e vento fortes, levando a que estes eventos tenham provocado “a redução do vingamento e queda de frutos, sobretudo nas variedades que estavam em plena floração nos períodos mais chuvosos”.

Neste sentido, o boletim avança que “o vingamento do fruto aparenta estar abaixo do esperado face à floração verificada, ainda assim, acima do verificado em 2023”, mas aquém das expetativas de produção dos pomares.

Alentejo
No Alentejo, em geral, apresentou um potencial de floração “bastante prometedor na fase inicial, sobretudo quando comparado com o mesmo período de 2023”. No entanto, as condições meteorológicas registadas, como vento e chuva, “reduziam o potencial de vingamento”. Isto levou a que a produção ficasse aquém das expetativas, explica o boletim.

“Na maior parte das variedades, o fruto já está vingado e em crescimento. Embora seja muito cedo para fazer previsões, o potencial de produção aparenta ser superior ao de 2023”, avança o relatório da Portugal Nuts, que adiantou ainda que os produtores têm estado atentos à pressão acrescida de doenças criptogâmicas associadas ao tipo de meteorologia verificado.

Algarve
Na região algarvia, o relatório indica que a floração e o vingamento “decorreram bem”, com condições favoráveis e o potencial de produção “aparenta ser superior ao ano passado”.

O relatório dá conta que, na análise, foi apenas incluída informação das plantações mais modernas, “embora com pouca expressividade na região”.