Em comunicado, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) refere que espécies como a rola brava, o zarro ou a negrinha “enfrentam ainda uma clara ameaça de decréscimo acentuado ou a extinção” em Portugal. Para a SPEA “as decisões foram tomadas a favor dos interesses imediatos do setor da caça”.
Domingos Leitão, coordenador do Programa Terrestre da SPEA, afirma que “consideramos positivo o processo de audição e discussão implementado pelo atual secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural [Daniel Campelo], mas o resultado é claramente insuficiente”. “Os cidadãos esperam mais do setor da caça, não basta reconhecerem os problemas, é também necessário tomar decisões consequentes no sentido da melhor gestão da caça.”
Em concreto aquela sociedade reclama: “continua a caça com munições de chumbo, com riscos de contaminação dos recursos hídricos e das espécies de aves aquáticas”. “Embora se tenha dado um passo na proibição de toda a caça com chumbo, esta vigora apenas nas zonas húmidas localizadas dentro de áreas protegidas”.
A caça dos patos foi um dos temas que gerou maior discussão. “Na prática continua a ser possível abater espécies de patos com populações invernantes diminutas (menos de 1000 indivíduos), como o zarro e a negrinha”.
A SPEA acredita que “A SPEA acredita que só estando na linha da frente da defesa das espécies cinegéticas e da gestão responsável deste recurso poderemos garantir que no futuro se possa continuar a caçar”.