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Agroindústria

EFSA não identifica problemas críticos na utilização do glifosato, mas…. faltam dados

EFSA não identifica problemas críticos na utilização do glifosato, mas…. faltam dados

A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) revelou finalmente as suas conclusões sobre a análise ao herbicida glifosato. A avaliação do impacto do glifosato na saúde humana, animal e ambiental “não identificou áreas críticas de preocupação”.

Uma preocupação é definida como crítica quando afeta todas as utilizações propostas da substância ativa em avaliação (por exemplo, utilizações pré-sementeira, utilizações pós-colheita, etc.), impedindo assim a sua aprovação ou renovação.

 

Apesar de não ter encontrado problemas preocupantes, a EFSA declara que identificaram algumas lacunas de dados, que impediram de finalizar a avaliação de uma das impuridades no herbicida, a avaliação do risco alimentar para o consumidor e a avaliação de risco para as plantas aquáticas.

As questões pendentes incluem, entre outras, a falta de informação sobre a toxicidade de um dos componentes presentes na formulação de pesticidas à base de glifosato submetida a avaliação, que é necessária para concluir a avaliação dos riscos da formulação para utilizações representativas.

 

No que respeita à biodiversidade, os peritos reconheceram que os riscos associados às utilizações representativas do glifosato são complexos e dependem de múltiplos fatores. Constataram igualmente a falta de metodologias harmonizadas e de objetivos específicos de proteção acordados. De um modo geral, as informações disponíveis não permitem tirar conclusões sólidas sobre este aspeto da avaliação dos riscos e os gestores dos riscos podem considerar medidas de atenuação.

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No que diz respeito à ecotoxicologia, o pacote de dados permitiu uma abordagem conservadora de avaliação dos riscos, que identificou um elevado risco a longo prazo para os mamíferos em 12 das 23 utilizações propostas do glifosato.

 

“A avaliação dos riscos e a revisão pelos pares do glifosato representam o trabalho de dezenas de cientistas da EFSA e dos estados-membros, num processo que se estendeu por mais de três anos. Baseia-se numa avaliação de muitos milhares de estudos e artigos científicos e incorpora também contributos valiosos recolhidos durante a consulta pública”, afirmou o chefe do departamento de produção de avaliação de riscos da EFSA, Guilhem de Seze.

Recorde-se que faltava o parecer desta entidade para o processo de avaliação promovido pela União Europeia avançar. A União Europeia tem agora até ao final do ano para concluir o processo, tendo em conta que a utilização do herbicida está aprovada até 15 de dezembro de 2023.