A ‘montra’ da Oliva & Co é a loja a inaugurar esta semana no Bairro das Artes, no Porto, “mas este espaço é um laboratório para muito mais que pretendemos fazer”, envolvendo produtores e consumidores, explica Helena Ferreira à ENOVITIS/OLEAVITIS.
Alguns desafios foram já lançados, e aceites por produtores, para, por exemplo, a produção de biscoitos tradicionais de azeite e também outra doçaria com azeite, recuperando várias receitas tradicionais. Mas outras ideias e produtos vão seguir-se.
O objetivo é também promover o conhecimento do público sobre a oliveira e o azeite e uma maior ligação dos consumidores, através, por exemplo degustações de azeite (com pão) ou provas (com copo).
“Em Portugal há um enorme desconhecimento de todo este setor e nós queremos contribuir para aproximar as pessoas à oliveira e ao azeite”, afirma a responsável.
Por isso, compraram já seis bilhas de azeite que irão ser cheias com azeites, para já só da região de Trás-os-Monte e Alto Douro, para que os clientes do espaço possam degustar o azeite e escolher aquele de que mais gostam, não só nas garrafas disponíveis na loja mas também encomendando garrafões.
Mais tarde poderá ser duplicado o número de bilhas, abrindo igualmente a prova a azeites de outras regiões nacionais. No entanto, a loja tem azeites virgem extra de todo o país, disponibilizando já 74 referências de 45 marcas.
Por agora, estas degustações – e de outros produtos disponíveis na loja que vão estar numa tábua de degustação, – vão ser gratuitas. Entre estes produtos eles podemos encontrar várias gamas de azeite virgem extra, cosméticos à base de azeite, conservas de peixe, vegetais, queijos e enchidos em azeite, doçaria variada, vários tipos de pão, chá de oliveira, azeitonas, pastas e patês de azeitona, entre outros.
Levar o azeite português ao mundo
Helena Ferreira, que trabalha em planeamento estratégico e territorial, conta-nos que o projeto Oliva & Co veio no seguimento de um cansaço de “trabalhar constantemente para o papel e não ver nada ser efetivamente posto em prática”, como o programa INOVARURAL no distrito de Bragança, no âmbito das ações PROVERE, em que esteve envolvida. Este programa foi lançado, aprovado e conseguiu financiamento de cerca de 600 mil euros para 87 parceiros do setor oleícola e “até hoje nada foi feito”, lamenta.
Assim, decidiu aliciar duas amigas (Laura Paúl e Margarida Martins) e o irmão (Nuno Ferreira), bem como Ricardo Sol de Jesus (sócio da outra empresa que possui) para serem sócios nesta “aventura” e pôs a ideia em prática. “Não temos qualquer incentivo financeiro, mas parece que quando os projetos são só da iniciativa privada dão mais resultados do que com as entidades públicas”, afirma.
O Porto será só o ponto de partida porque estão já a ser equacionados outros espaços, pelo menos, em Lisboa, Algarve e Funchal. “Abertos por nós, em parceria ou no sistema de franchising e, desta vez, com recurso a capital de risco e alguns incentivos”, adianta a mentora do projeto.
Além disso, habituada a ver e frequentar oleotecas e lojas especializadas em Espanha e Itália, Helena Ferreira ambiciona também levar o azeite português e os produtos nacionais à base de azeite a todo o mundo, pelo que “este projeto não fará sentido se não for franchisado internacionalmente”.