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Biotecnologia

Edição genética usada por cientistas para melhorar a capacidade da soja na fixação de azoto

Edição genética usada por cientistas para melhorar capacidade da soja de fixar azoto iStock

Um grupo de investigadores norte-americanos está a desenvolver métodos inovadores que pretendem melhorar a capacidade de fixação de azoto da soja.

A partir da ferramenta de edição genética CRISPR, os cientistas pretendem atrasar a maturação dos nódulos radiculares para que a fixação biológica de azoto continue a satisfazer as necessidades da planta em fases posteriores, reduzindo a dependência de fertilizantes sintéticos, explica a comunicação no site CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.

 

De acordo com a comunicação, o projeto pode vir a ajudar a aumentar os rendimentos e a melhorar a sustentabilidade agrícola.

“A soja é a quarta cultura mais cultivada no mundo e é utilizada em alimentos como o tofu e produtos à base de soja, mas é cultivada principalmente para alimentação animal”, explica o CiB, referindo que, no Dakota do Sul, nos Estados Unidos da América (EUA), a soja cultivada em 2023 foi avaliada em mais de 2,76 mil milhões de dólares, avançou o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

 

O USDA antecipou ainda que o comércio mundial de soja deverá aumentar até 22% nos próximos anos, explicando que este aumento se deve principalmente ao crescimento da população global e à utilização generalizada de biodiesel, produzido a partir de óleo de soja.

De acordo com o CiB, a soja destaca-se pela sua capacidade em absorver azoto da atmosfera, fixá-lo em estruturas radiculares – conhecidas como “nódulos” – com a ajuda de bactérias e, depois, utilizá-lo como nutriente, o que reduz os custos dos fatores de produção e também as necessidades de gestão das culturas.

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A comunicação refere também que, para algumas variedades de elevado rendimento, quando a planta de soja atinge fases de crescimento avançadas, não consegue fornecer a quantidade necessária de azoto – um nutriente essencial – devido à acumulação de proteínas de armazenamento nas sementes.

Desta forma, e para compensar esta situação, os agricultores aplicam fertilizantes sintéticos, “que são prejudiciais para o ambiente e consomem muita energia, para garantir que a cultura satisfaz as suas necessidades de azoto. A soja também esgota o solo do seu precioso azoto à medida que continua a crescer, causando problemas de solo aos agricultores nos anos seguintes”.

 

“Nas variedades de soja de elevado rendimento, o azoto fornecido pela fixação do azoto não é suficiente para satisfazer as necessidades da planta durante as fases reprodutivas”, explicou Bhanu Petla, uma das investigadoras responsáveis pelo estudo da Faculdade de Ciências Naturais da San Diego State University, nos EUA.

E continua: “as plantas precisam de absorver o azoto do solo ou de o fornecer através de fertilizantes, o que resulta numa má saúde do solo e em custos elevados dos fatores de produção. Gostaríamos de resolver este problema atrasando a maturação dos nódulos para fornecer azoto durante as fases reprodutivas”.